PR responde por 59% das exportações das cooperativas brasileiras
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O ano de 2002 apresentou um desempenho da balança comercial acima de
todas as expectativas, com um superávit de USD 13,130 milhões,
o maior desde 1994. Este resultado foi fundamental para a redução
da vulnerabilidade do balanço de pagamentos, levando o déficit
em transações correntes, de US$ 15.304 milhões, em 2001,
a US$ 7.756 milhões, em 2002, o menor do Plano Real, chegando a 1,67%
do PIB. Segundo o IBGE, as exportações foram o principal fator
responsável pela recuperação do PIB, a partir do terceiro
trimestre do ano, sobretudo por conta da agroindústria e da indústria
de transformação.
As exportações registraram recorde histórico, com de USD
60 bilhões, representando um crescimento de cerca de 3,7%, apesar do
baixo desempenho do comércio mundial, com efeito negativo sobre os preços
dos produtos no mercado internacional.
Em 2002, os vinte principais produtos da pauta exportadora representaram, mais
de 50% do total exportado, merecendo destaque, pela participação,
as vendas de minérios de ferro e soja em grão de, respectivamente,
5,1% e 5,0%, seguidos de aviões (3,9%), farelo de soja (3,6%), automóveis
de passageiros (3,3%) e aparelhos transmissores/receptores (3,0%). Os básicos
foram o grupo de produtos que apresentou maior expansão em valor exportado
(+10,5%), seguido dos semimanufaturados (+8,8%) e dos manufaturados (+0,3%).
O Gráfico 1, acima ilustra, através das linhas, a evolução
do saldo da balança comercial (linha vermelha) e a evolução
do saldo da balança agropecuária (linha violeta), demonstrando,
de forma clara, o constante crescimento do saldo da agropecuária e reafirmando
a sua importância para o saldo da balança comercial brasileira.
Para as cooperativas brasileiras o resultado das exportações de
2002 foi dentro das expectativas, apesar de uma pequena redução
em comparação ao ano de 2001.
Nas informações obtidas junto a Receita Federal, levando-se em
conta a categoria econômica - cooperativas, as exportações
efetuadas diretamente pelas cooperativas somaram USD 1,09 bilhões. Quanto
ao volume total exportado, a redução foi de 8%, passando de 5,4
mil toneladas em 2001, para 5,04 mil toneladas em 2002.
Quanto a pauta de produtos exportados, as cooperativas mantém a tendência
de diversificação, mas ficando o complexo soja, açúcar,
café e carnes em geral como os principais produtos exportados pelas cooperativas
brasileiras.
O açúcar demonstra mais uma vez o potencial das cooperativas na
comercialização do mesmo. As cooperativas exportaram USD 334 milhões,
uma pequena redução (-1,4%) em relação ao ano de
2001. As exportações de açúcar e seus subprodutos,
representam 31% do total exportado pelas cooperativas.
As cooperativas exportaram 2 mil toneladas de produtos do complexo soja, o que
representou um valor de USD 407 milhões, representando um crescimento,
respectivamente, de 2,4% e 8,7%. O complexo soja é responsável
pela maior fatia das exportações brasileiras, representando 37%
do valor total exportado em 2002.
O Café apresentou a mesma tendência de baixa, chegando a quase
23% de redução dos valores exportados. Em 2001 as exportações
de café somaram USD 90,2 milhões, ao passo que em 2002 não
ultrapassaram USD 69,5 milhões. O volume total exportado foi de 78 mil
toneladas.
O milho ainda teve sua importância para as cooperativas brasileiras no
ano de 2002, com um valor exportado de USD 69 milhões, representando
um volume total de 741 mil toneladas. O principal importador do milho foi a
Coréia do Sul.
O Gráfico- 2 a seguir, demonstra melhor a participação
dos grupos de produtos, de acordo com o total exportado. Vale ressaltar que
por questões metodológicas, as exportações de milho
estão inseridas no grupo Demais Produtos, a exemplo de anos anteriores.
Gráfico 2 - Exportações das Cooperativas, por Grupo de
Produtos - Base USD FOB
Quanto ao destino, as exportações das cooperativas brasileiras
continuam tendo a União Européia como principal comprador. A União
Européia é responsável pela compra de 30% das exportações
das Cooperativas, uma pequena redução em relação
ao ano de 2001. A França e a Alemanha são os principais países
importadores, principalmente de farelo de soja e soja em grão.
Logo após a União Européia, temos os parceiros da Ásia
e Japão, responsáveis por 23% do total exportado, tendo a China
como principal importador. Os chineses importaram USD 96,7 milhões, principalmente
de soja.
A África vem logo após, com 17%, seguido de perto pelo Oriente
Médio com 16% das exportações das cooperativas brasileiras.
Os principais países importadores são, respectivamente, Marrocos
e Emirados Árabes Unidos, que foi o principal importador individual das
cooperativas brasileiras, com um valor próximo a USD 100 milhões,
tendo como principal produto o açúcar.
O Gráfico-3 demonstra a distribuição das exportações
das cooperativas por países ou regiões, e, o gráfico-4
demonstra a evolução das exportações, desde 1990,
levando-se em conta os valores em milhões dólares.
Gráfico 3 - Exportações das Cooperativas, por Destino
(USD Mil FOB)