PR cobra restrição à importação de trigo

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As principais autoridades agrícolas do Paraná enviaram ontem ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, documento em que cobram medidas do governo federal para aliviar os problemas que afetam a venda do trigo. Entre as medidas sugeridas estão a proibição à importação de farinha de trigo na forma de pré-mistura, restrições à entrada do grão estrangeiro e mudanças na legislação de cabotagem (navegação entre portos) que permitam a operação de navios de bandeira estrangeira, o que poderia baratear o frete do produto nacional para as regiões mais distantes dos centros produtores, como Norte e Nordeste. O documento é endossado pela Secretário de Estado da Agricultura, Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), e Federação de Agricutura do Paraná (Faep). É resultado do Fórum do Trigo que, na segunda-feira, reuniu em Curitiba quase 150 representantes dessa cadeia produtiva, dos três estados do Sul.

Preço baixo - O Paraná responde por 63% da produção nacional de trigo. O estado deverá produzir 3 milhões de toneladas. Concentrada no Sul, a produção nacional ficará em 4,8 milhões de toneladas, menos da metade do consumo brasileiro, há cinco anos estacionado em 10 milhões de toneladas. Mesmo assim, os produtores hoje recebem, no máximo, R$ 330 a tonelada – valor 30% abaixo do preço mínimo estipulado pelo governo, de R$ 400. Com o preço internacional no patamar histórico de US$ 140 (cerca de R$ 320) a tonelada, os moinhos preferem importar trigo da Argentina. Além da manutenção do preço mínimo, com a destinação de recursos federais aos atuais instrumentos de compra da produção, o setor cobra a unificação das alíquotas estaduais do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no comércio de trigo em grão e farinhas. No seu ponto mais duro, o documento pede entraves à importação. “É um contra-senso o país não agir para segurar as importações, em nome da unidade do Mercosul, enquanto produtos brasileiros, como calçados, sofrem retaliações do governo argentino”, afirma um trecho. (Gazeta do Povo).

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