Porto de Paranaguá pára e fila na BR-277 chega em Curitiba
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Mais de 10 mil trabalhadores do Porto de Paranaguá cruzaram os braços nesta sexta-feira (19), paralisando os embarques, desembarques e as demais atividades portuárias. O protesto é contra a gestão do porto. Há mais de uma semana o porto vem operando de forma precária, reduzindo quase que pela metade o embarque de produtos agrícolas destinados ao exterior. Em dias normais, os operadores chegam a carregar dois navios, embarcando um volume entre 90 mil 100 mil toneladas. Nos últimos dias esse número variou entre 50 mil e 60 mil toneladas. Ontem, no entanto, foi o dia de maior prejuízo e também apreensão, já que até o final da tarde a situação continuava tensa em Paranaguá. A cidade precisou de reforço policial, parte do comércio fechou as portas em apoio ao protesto e os manifestantes chegaram a queimar pneus impedindo o tráfego em algumas ruas próximas ao porto.
Nota de esclarecimento - Em nota de esclarecimento divulgada na quinta-feira e publicada nesta sexta-feira nos principais jornais, a Ocepar e a Faep destacam a necessidade de que "as operações portuárias sejam normalizadas, os investimentos sejam realizados e que a Administração dos Portos tenha bom senso, cumpra com seu importante papel e de forma harmoniosa busque, através do diálogo, alternativas para que em conjunto com toda a comunidade portuária possa ser resolvido tal impasse". Na nota as entidades também lembram que as grandes filas de caminhões que se formam "têm como origem a falta de investimentos específicos na melhoria da infra-estrutura portuária e que não foram e não estão sendo realizadas."
Fila na BR-277 - Enquanto permanece o impasse junto à administração do terminal, embarcadores, empresas operadoras e trabalhadores portuários, cresce a fila de caminhões na BR-277 que aguardam para descarregar. No final da tarde de ontem, a fila já passava de 70 quilômetros e estava no Contorno Leste, próxima de Curitiba. São milhares de caminhões estacionados no acostamento da rodovia, a exemplo do que aconteceu no ano passado, quando a fila passou dos 100 quilômetros e chegou até o Contorno Sul, margeando a capital.
Orientação Ocepar - Com o objetivo de não agravar ainda mais esse problema, evitando que os caminhoneiros e carga fiquem por horas e até dias na fila em direção ao Porto de Paranaguá, a Ocepar está orientando as cooperativas para que não mandem nenhuma carga enquanto a situação em Paranaguá não esteja normalizada.
Prefeito de Paranaguá - Temendo que a situação ficasse ainda mais tensa e os prejuízos ainda maiores, na manhã de ontem o prefeito de Paranaguá, Mário Roque, veio até Curitiba para entregar ao governador Roberto Requião um manifesto de operadores e trabalhadores portuários e empresários de Paranaguá, pedindo a substituição de toda a administração do porto.
Greve:
Fiscais do Mapa deverão retornar ao trabalho
Segundo informações repassadas pela Delegacia Federal de Agricultura,
do Ministério da Agricultura no Paraná nesta sexta-feira (19),
seguindo orientações do comando nacional de greve, os fiscais
agropecuários anunciaram que irão dar uma trégua ao Governo
Federal até o próximo dia 29 de março, desta forma, eles
deverão retornar ao trabalho e continuaram negociando a proposta de reajuste.