PLANO SAFRA II: Plano da agricultura familiar vai destinar R$ 1,4 bi ao Paraná
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Os pequenos agricultores paranaenses terão à disposição entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,5 bilhão para custeio, investimento e comercialização da produção da próxima safra. A estimativa é do Secretário da Agricultura do estado, Valter Bianchini, que participou do lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar, ontem, em Brasília. O plano, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prevê investimentos totais de R$ 13 bilhões até junho de 2009, quando se encerra o ciclo agrícola. Desse montante, conforme o secretário, quase 11% devem ser aplicados no Paraná.
320 mil produtores beneficiados - Segundo Bianchini, as medidas anunciadas ontem vão beneficiar cerca de 320 mil pequenos produtores do estado. Espalhados por todo o território paranaense, esses agricultores produzem, principalmente, frutas, leite, feijão, mandioca, hortaliças, aves e suínos e respondem por metade do Valor Bruto de Produção (VBP) estadual, com receita total de aproximadamente R$ 17,5 bilhões na safra 2007/08.
Aposta para elevar oferta de alimentos - A agricultura familiar, aliás, é a grande aposta do governo para elevar a oferta de alimentos e ajudar a conter a alta da inflação. Entretanto, vai contar apenas com R$ 1 bilhão a mais para o financiamento da próxima safra. Parte desse adicional deverá ser corroída pelos custos mais elevados para a produção, devido ao aumento do preço do petróleo e fertilizantes no mercado internacional. No lançamento do programa, batizado de "Mais Alimentos", Lula afirmou que não há "nenhum motivo para se perder meia hora de sono" com a inflação.
Críticas - No dia em que o barril de petróleo cravou novo recorde, o presidente criticou a especulação no mercado futuro de commodities e acusou alguns setores de lucrarem com a expectativa de alta da inflação. Para Lula, há pessoas no país que estão querendo "ganhar dinheiro" às custas do temor de volta da inflação e antecipando aumento de preços. O presidente disse que pediu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, um diagnóstico sobre os motivos da especulação.
Feijão - O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, previu que os preços do feijão, produto que teve forte influência na elevação dos índices de inflação, vão cair num prazo de até 180 dias, resultado das medidas de incentivo à produção. Stephanes rebateu as críticas de que as medidas de apoio à agricultura são "tímidas" e assegurou que, se for necessário, o governo vai aportar mais recursos para o campo. A importância da produção da agricultura familiar, que responde por 70% do consumo de alimentos dos brasileiros, como a "salvação da lavoura" para o combate da inflação dominou os discursos no lançamento do programa. (Gazeta do Povo)