Pitol afirma que controle da ?New Castle? é uma vitória

Na última terça-feira (2), o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, declarou como área livre de "new castle" nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A "new castle" é uma doença que atinge aves e que é tão restritiva no mercado de frango quanto a aftosa no de boi. Para o presidente da Copacol, cooperativa com sede em Cafelândia, oeste do estado, Valter Pitol, esta é uma conquista importante para o setor avícola brasileiro, principalmente pela abertura do mercado americano. A projeção do ministro Roberto Rodrigues é que a Instrução Normativa impacte na ampliação em mais de 200 mil toneladas nas exportações, atingindo cerca de 80 países. "Mostramos ao mundo que temos controle absoluto também na questão sanitária", lembra Pitol.

Subsídios - Para o presidente da Copacol, que esteve em visita a Ocepar nesta quinta-feira (4), ao mesmo tempo que o setor avícola do Paraná comemora o controle da doença de "new castle", vê com receio sobre as possíveis negociações com os Estados Unidos. "Sabemos do poder dos americanos em negociar reciprocidade nas relações comerciais. O Ministério da Agricultura precisa ficar atento a partir de agora sobre a possibilidade da entrada de frango americano aqui no País - Pitol explica - que neste caminho de duas mãos, que é o comércio internacional, há grande possibilidade de vendermos para os americanos como também é possível que a indústria americana coloque frango americano aqui, produtos estes altamente subsidiados e que poderá nos trazer prejuízos", alerta.

Mercado - O momento vivido pelo setor de frango é estável e com boas perspectivas para o futuro. Os dados consolidados da Secex divulgados no final de agosto revelam que a receita das carnes nos sete primeiros meses de 2003 superou os US$ 2 bilhões e apresentou, no período, incremento de 27,63%. Os produtos com maior expansão de receita foram o frango industrializado, com +97,65%, e o peru in natura, com +39,16%. Os dois produtos foram, também, os únicos a apresentar melhora no preço médio (+6,01% e +7,28% sobre o mesmo período de 2003). O volume de carnes embarcadas totalizou, até julho, 1,884 milhão de toneladas, isso significando aumento de quase 38% sobre janeiro-julho de 2002.

Cooperativas - Pitol lembra que no Paraná, as cooperativas ligadas ao setor de avicultura desenvolvem um importante trabalho na sustentação da atividade, seja nos bons ou nos momentos mais difíceis. "É uma atividade a mais e que traz a diversificação ao campo, agregando valor a produção, distribuindo riqueza e gerando milhares de empregos. Neste aspecto, a Copacol é exemplo, pois 90% dos nossos cooperados tem até 20 hectares e somente a cooperativa traz para estes produtores segurança. Mais de 800 produtores associados a Copacol estão na atividade hoje. E a alternativa de frango tem sido um bom caminho para os pequenos", afirma Pitol. Um dos projetos da Copacol para este ano é o de viabilizar produtores que possuem até 7 alqueires de terra. "Estamos abrindo inscrições para estes produtores que terão da cooperativa o prazo de 8 anos para pagar os investimentos em aviários. O pagamento será em produção, seja produto agrícola ou mesmo com o frango. É um projeto especificamente para viabilizar os pequenos, para que ele some esforços junto com a cooperativa", destaca.