Pesquisa revela que faltam variedades de trigo para produção de pão

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Diagnóstico da triticultura paranaense revela que são poucas as variedades que atendem às necessidades da produção de pão. O pesquisador da Embrapa Transferência de Tecnologia, Ali Aldersi Saab ouviu pesquisadores, produtores de sementes, cooperativas, moinhos, padarias e consumidor para saber quais os fatores críticos do sistema agroindustrial da cultura. A pesquisa foi motivada pela complexidade da cadeia produtiva do trigo que exige grãos com características diferentes para fazer pão, biscoitos e massas. Considerando que a cadeia do pão absorve mais da metade do trigo produzido no país, Ali Saab destaca que é preciso ajustar o foco da pesquisa para atender esta demanda. Ele apresentou os resultados de seu diagnóstico em reunião realizada no início desta semana ( 26), em Londrina, promovida pela Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa, que apoiou o desenvolvimento de seu trabalho. O pesquisador avaliou mais de 50 variedades e descobriu que apenas quatro atendem integralmente a cadeia do pão do Paraná.

Segregação - O pesquisador afirmou que para melhor organização e comercialização do trigo é necessário um zoneamento do plantio, segregação na colheita e na armazenagem e também um preço mínimo diferenciado para o trigo com fator W (alveografia) acima de 240, que significa um trigo com maior força de glúten e portanto mais indicado para pão. Ali destacou ainda que é necessário uma maior interação e transparência dos moinhos com o setor produtivo. ``As cooperativas, responsáveis pelo recebimento e armazenagem da maior parte da produção não fazem a separação dos diferentes grãos, enquanto os moinhos necessitam de um produto segregado. Daí, os moinhos preferirem se abastecer através da importação, prejudicando o produtor nacional´´, analisa Ali. Segundo o presidente da Fundação Meridional, Geraldo Fróes, os resultados do trabalho do pesquisador trazem uma grande contribuição para o futuro da triticultura paranaense. “Reconhecemos que a pesquisa pública tem feito um trabalho fantástico com relação a cultivares mais produtivas, porém o produtor tem que atender às necessidades de mercado oferecendo um produto de qualidade ao consumidor e que atenda às exigências da indústria”. (Ruralpress)

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