\"Pesinha\" renegocia e reduz dívidas dos mini produdores
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Melhor acordo - "Este é o melhor acordo que pequenos agricultores do país tiveram até hoje. No geral, todos eles terão juros baixos e descontos na renegociação", disse o líder do governo no senado, Aloizio Mercadante (PT-SP). Ele informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava esperando a votação no Senado para anunciar o primeiro plano de safra de seu governo. As mudanças foram resultado de vários dias de negociação entre os líderes partidários. Ficou decidido que poderão ser renegociadas dívidas de até R$ 35 mil, mas os maiores descontos serão dados para os primeiros R$ 15 mil. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) e o senador José Agripino (RN), líder do PFL, queriam que os empréstimos de até R$ 35 mil tivessem descontos de até 70% na renegociação, mas o governo não aceitou. Mercadante ocupou a tribuna e defendeu com veemência os pontos que o governo havia concordado.
Descontos - Foi aprovada emenda da relatora do projeto, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), fruto do acordo partidário com o governo, que prevê o desconto de 70% apenas para financiamentos de até R$ 15 mil tomados por produtores do semi-árido, desde que a origem do dinheiro seja o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A parcela entre R$ 15 mil e R$ 35 mil dos mesmos agricultores do semi-árido terá desconto de 50%, se se tratar de dinheiro oriundo do FAT ou do Fundo Constitucional do Nordeste. Para os pequenos agricultores de outras regiões do país, o desconto só será aplicado aos primeiros R$ 15 mil do saldo devedor e ficará limitado a 20%. Entretanto, se o dinheiro emprestado tiver saído de um dos fundos constitucionais (do Norte, do Nordeste ou do Centro-Oeste), o desconto será ampliado para 30%.
Assentados - Os grandes beneficiados pelo projeto são os assentados
de reforma agrária. Eles terão descontos de até 90% se
quiserem pagar a dívida de uma vez. Caso não tenham condições
para isso, a dívida será renegociada para pagamento em 18 anos,
com juros de apenas 1,15% ao ano. Se o assentado não atrasar o pagamento
depois da renegociação, ele terá desconto de 70% na hora
de quitar suas parcelas. De forma a aumentar os descontos para os pequenos produtores
do semi-árido, a relatora reduziu as condições da renegociação
de juros atrasados de grandes produtores. A medida provisória original
não previa esta renegociação dos grandes produtores (eles
já renegociaram suas dívidas no final dos anos 90), mas foi introduzida
durante a votação na Câmara. Eles devem R$ 700 milhões
de juros e a relatora reduziu de 14 para 13 anos o alongamento dessa dívida.
Além disso, eles terão de pagar 10% dos atrasados de uma vez.