Perspectivas são otimistas, apesar da febre aftosa

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

As perspectivas para a pecuária brasileira para 2006 seguem otimistas, apesar dos focos de febre aftosa registrados no Mato Grosso do Sul. A expectativa do mercado é que novo ciclo pecuário tenha início no próximo ano, com retomada da valorização dos preços, processo que pode se estender até 2008, segundo Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria. A perspectiva de alta das cotações da arroba do boi baseia-se na redução do rebanho brasileiro, devido ao abate de matrizes, de acordo com o presidente do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira.

Estimativa - Segundo projeção da Scot Consultoria, o rebanho deve encolher para 189,46 milhões de cabeças em 2006, ante a estimativa de 191,37 milhões de cabeças deste ano. "Após três anos de abate de matrizes, o mercado está mais ajustado", diz Rosa. O sacrifício das matrizes implica em menor produção de bezerros e, conseqüentemente, menos bois. O rebanho estimado para 2006 é de 163,837 milhões de animais, volume 0,6% menor que o projetado para este ano, de acordo com o Instituto FNP. Em 2004, foram abatidas 8,937 milhões de fêmeas bovinas, 32,9% a mais que em 2003, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até junho, o abate foi de 5,292 milhões de matrizes.

Estratégia - Na avaliação de Geide Figueiredo Junior, do Instituto FNP, mesmo com a descoberta recente de focos de aftosa no Mato Grosso do Sul, 2006 será um ano melhor para a pecuária. "Alguns frigoríficos exportadores estão adotando a estratégia de remanejar as unidades de abate para se resguardar dos embargos", destaca o analista. O Grupo Bertin reduziu pela metade o abate das unidades de Naviraí (MS) e Lins (SP), redirecionando uma parcela da produção para as unidades de Mozarlândia (GO), Ituiutaba (MG), Votuporanga (SP), Itapetinga (BA) e Marabá (PA). Já o Friboi Ltda anunciou remanejamento da produção do Mato Grosso do Sul para as unidades de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Minas Gerais. "Com a posição da Rússia definida em manter o embargo apenas para o Mato Grosso do Sul, e a expectativa de que a União Européia possa rever as exportações de São Paulo e do Paraná, os embarques brasileiros não deverão ser prejudicados", diz o presidente do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira. (Gazeta Mercantil)

Conteúdos Relacionados