Parcerias estratégicas no setor de defensivos

A disputa pelo mercado de defensivos agrícolas, dominado atualmente pelas gigantes Syngenta e Bayer, que passaram por recente processo de fusão e aquisição, tem levado as companhias médias a fecharem alianças estratégicas com empresas do mesmo porte para não perderem participação no setor. A FMC, multinacional norte-americana, se aliou à japonesa Ishihara Sankyo (ISK) para incrementar as vendas na América Latina, sobretudo no Brasil e no México. O setor, que movimentou no Brasil US$ 2,3 bilhões no ano passado, deve fechar este ano com um faturamento de US$ 1,9 bilhão (-17%). Com poucas perspectivas de expansão no mundo, que registra crescimento anual de 1% a 2%, as multinacionais vêem em países emergentes, como o Brasil, a oportunidade de aumentar sua participação.

Alianças - Com a disputa mais agressiva, empresas como a FMC, mantêm-se no mercado com estratégia focada em produtos com potencial de expansão. "Nosso foco no Brasil está em culturas, como algodão, cana-de-açúcar, milho, arroz e soja", diz Antonio Carlos Zem, presidente da FMC no Brasil. Para não ser "engolida", Zem diz que a FMC passou por uma reestruturação, o que incluiu redução de gastos e menor mix de produtos, garantindo melhor eficiência. A realização de alianças regionais foi a estratégia que a empresa adotou para manter-se independente no mercado. A parceria com a Ishihara Sankyo (ISK) vai permitir à companhia distribuir seus produtos em mercados que antes não tinha grande penetração. O faturamento da empresa no Brasil fechou em US$ 125 milhões. A multinacional norte-americana fatura US$ 2 bilhões, dos quais US$ 700 milhões são referentes à divisão agroquímica. Em cana-de-açúcar, a FMC é a terceira maior do setor no Brasil. A mesma posição mantém em algodão. Em grãos - sobretudo milho e soja - a empresa pretende ampliar sua participação, hoje dominada pelas gigantes.

Fusões e aquisições - O mercado brasileiro de defensivos está estimado em quase 300 mil toneladas, o terceiro maior consumidor mundial, atrás dos Estados Unidos e do Japão, de acordo com analistas do setor. As condições de mercado levaram o setor a realizar, dede o ano 2000, negócios de fusão e aquisição, alterando a posição das principais empresas do setor. Nesse mesmo ano, a Basf comprou a Cyanamid. No mesmo ano foi criada a Syngenta, fusão entre a Novartis e a Zeneca. Em 2001, a Dow Química comprou a divisão agrícola da Rohm-and-Haas, que passou a focar seus negócios para os outros segmentos químicos, alterando assim o ranking do mercado. Com as recentes mudanças, a Aventis perdeu a liderança para a Syngenta. No final do ano passado, o grupo alemão Bayer adquiriu a Aventis Cropscience e hoje disputa palmo-a-palmo a primeira colocação. (Fonte: Gazeta Mercantil)