Parceiros fortalecem a posição brasileira no painel do algodão
- Artigos em destaque na home: Nenhum
O Brasil foi o principal beneficiado pelos documentos apresentados pelos países que entraram como parte interessada no processo do algodão, na Organização Mundial do Comércio (OMC), contra a política de subsídios dos Estados Unidos. Nas considerações apresentadas por esses países que acompanham o painel (comitê de arbitragem), nenhuma das partes questiona a interpretação da Cláusula de Paz, principal objeto de defesa usado pelos EUA. O mais aguardado parecer foi o da União Européia, que não comprometeu o argumento do Brasil, mas também não atacou, veementemente, a política americana. Os europeus resguardaram sua posição sobre a chamada "caixa verde", subsídios que não estão sujeitos às limitações fixadas pela OMC. Também não criticaram o crédito de exportação americano, uma vez que o bloco também se utiliza desse instrumento de suporte. Mas o mais importante, segundo especialistas, é que o bloco sequer menciona a Cláusula de Paz. Criada no acordo sobre agricultura na Rodada Uruguai, a cláusula prevê que os países não podem entrar com processos de contestação até o fim de 2003 se os subsídios respeitarem o limite fixado em 1992. Os americanos acusam o Brasil de interpretar mal o texto da cláusula, defendendo, portanto, que o total do suporte despendido pelo país está dentro dos limites de 1992. Em uma análise mais detalhada, o Brasil rebate que os subsídios americanos consolidados para o algodão atingem cerca de US$ 4 bilhões, quase 50% superior ao liberado em 1992.