Paraná: Seab não libera vacinação em bovinos

A Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) ainda não liberou a vacinação no rebanho que está nas propriedades que foram retiradas da área de risco sanitário para febre aftosa. Há sete dias o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) reduziu essa área de 25 quilômetros para 10 quilômetros. Há muitas informações desencontradas, mas o fato é que os pecuaristas simplesmente não sabem como agir e o gado efetivamente ainda não foi imunizado. O secretário interino da Seab, Nilton Pohl Ribas, foi questionado sobre o assunto ontem pela reportagem, mas ele se limitou a responder que a vacinação "não pode ser liberada em função das normas da OIE" e que não tinha nada mais a declarar sobre o assunto. O vice-governador Orlando Pessuti também foi procurado, mas disse desconhecer o assunto porque estava em viagem internacional. No entanto, ele disse que, pessoalmente, entende que a vacinação nas propriedades que saíram da área de risco sanitário já poderia ser feita.

Imunização proibida - O Mapa já liberou a vacinação contra aftosa dos animais localizados nas fazendas que saíram da área de risco. Mas informações extra-oficiais dão conta de que teria ficado acertado durante a reunião que ocorreu em Curitiba na terça-feira entre representantes do governo, do Conselho de Sanidade Animal e pecuaristas que esta autorização estadual para vacinação desse rebanho sairia entre ontem e hoje. Cerca de 20% do rebanho não foi imunizado e com a confirmação de 25 focos no Mato Grosso do Sul existe o risco de contaminação desses bovinos. De acordo com Gil Abelin, chefe do núcleo da Seab em Londrina a vacinação somente está proibida nas quatro propriedades interditadas com suspeitas de foco de aftosa - localizadas em Amaporã, Grandes Rios, Loanda e Maringá - e nos seus respectivos raios de 10 quilômetros. Também está proibida a imunização nos bovinos que tiveram contato com animais oriundos do Mato Grosso do Sul, que estão em 11 fazendas espalhadas pelo Estado, e nos animais das propriedades vizinhas e da próxima. Mas não há mais qualquer impedimento para que os bovinos que saíram dessa área sejam vacinados.

Sorteio - Cerca de 700 fazendas ainda estão na área de risco sanitário e serão submetidas a um sorteio, realizado pelo Mapa, para realização da sorologia nos animais. É uma recomendação da OIE e esse procedimento vai constatar até se há vírus circulante no Estado. Esse sorteio está programado para ocorrer na próxima semana e quando estiverem definidas as propriedades em que serão recolhidos os materiais, as demais fazendas já poderão vacinar seus animais. Técnicos da Seab terminaram ontem de recolher material em 233 bovinos, conforme solicitado pelo Mapa, localizados nas propriedades interditadas e nas vizinhas. Em todos eles serão realizados os exames Elisa (sangue) e Pro-bang (líquido esofágico). Provavelmente, esse material chegue hoje ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em Belém, e, a partir daí, o prazo para que esses resultados fiquem prontos é de dez dias. (Folha de Londrina)