Paraná não tem aftosa, confirma Lanagro
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O laudo oficial do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), que deverá ser divulgado hoje pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, descarta a existência de focos de febre aftosa no Paraná, segundo informações extra-oficiais que circularam ontem e foram publicadas pela imprensa. O laudo com essa conclusão foi enviado ainda ontem (09/11) pelo Lanagro, laboratório ligado ao ministério e sediado em Belém (PA), ao gabinete do ministro Roberto Rodrigues, em Brasília. O laudo deverá ser enviado ainda hoje à Comunidade Européia, na tentativa de abrandar os embargos às carnes brasileiras impostos por 49 países. Os embargos começaram em 10 de outubro, quando foi confirmado o surgimento do primeiro foco de aftosa no Mato Grosso do Sul, principal exportador nacional de carne bovina, mas foram ampliados a partir da divulgação da suspeita no Paraná.
Fim da dúvida, fronteiras abertas - A divulgação do diagnóstico encerra um longo período de 21 dias de dúvidas e prejuízos para pecuaristas de corte e de leite, criadores de suínos e até produtores de aves – animais não-suscetíveis à febre aftosa – , que tiveram a venda de seus produtos a Estados vizinhos impedida por barreiras sanitárias e a exportação suspensa pelos embargos. Até o consumidor urbano foi afetado por essa situação. Levantamento do Dieese apontou que o preço da carne subiu 6,57% em Curitiba no mês de outubro. A suspeita de que a febre aftosa havia chegado ao Paraná foi anunciada em 21 de outubro. Imediatamente, o governo estadual tomou medidas rigorosas para evitar a eventual propagação da doença. Ainda no dia 21, interditou as 40 propriedades que receberam bovinos vindos de Mato Grosso do Sul nos 60 dias anteriores ao foco – entre elas as quatro propriedades que abrigavam os 19 animais que apresentaram os sintomas, nos municípios de Loanda, Amaporã, Maringá e Grandes Rios.
Prejuízos - Um dia depois, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) proibiu a realização de qualquer evento reunindo animais – feiras, rodeios e leilões. Como consequência do embargo internacional, os dois frigoríficos paranaenses voltados exclusivamente à exportação (Garantia e Margen) suspenderam o abate de bovinos. Produtores de leite tiveram que jogar fora milhares de litros do produto que era enviado in natura ao estado de São Paulo para pasteurização. O setor avícola teve retidos nas divisas carregamentos de carne, ovos e pintos.
Demora - O governo estadual sempre defendeu o rigor das medidas preventivas, com a justificativa de que eram necessárias, e criticou a suposta demora de Mato Grosso do Sul em comunicar as suspeitas naquele estado. Teria sido essa demora a causa de todo problema no Paraná, já que, se tivesse sido avisado a tempo, o Estado teria impedido a saída dos animais sul-matogrossenses vendidos na feira Eurozebu, em Londrina, e que depois apresentaram os sintomas. A precaução do Paraná foi elogiada pelo secretário de Defesa Sanitária Animal do ministério, Gabriel Maciel, e pelo próprio ministro Roberto Rodrigues. Nos últimos dias, o ministério começou a dar sinais de que os exames que estavam sendo feitos descartariam a presença da aftosa no Paraná.
Seab vai “flexibilizar” propriedades - “O Ministério da Agricultura divulga hoje o tão aguardado laudo sobre a suspeita de aftosa no Paraná, livrando o Estado da suspeita da doença. Vamos portanto flexibilizar as propriedades que estavam interditadas a partir dessa confirmação do ministério”, disse o diretor-geral da Secretaria de Estado da Agricultura, Newton Pohl Ribas. As barreiras contra o Mato Grosso do Sul continuam, avisou Ribas, pois o MS tem 22 focos da doença. (Com informações do jornal Gazeta do Povo).