Para Osmar Dias, Palocci trata agricultura com descaso

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O senador Osmar Dias (PDT-PR) reclamou nesta quinta-feira, durante reunião ordinária da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, o descaso do Ministro da Fazenda com esse órgão técnico do Senado, ao não atender convite feito para dar explicações sobre problemas da agricultura. “Se não houver atendimento, vou transformar a proposta em convocação formal”, afirmou o parlamentar. O convite foi aprovado na Comissão no dia 6 de abril e ”até agora, o ministro Palocci não se dignou a comparecer”, protestou. Osmar Dias considera estranhas as afirmações do ministro, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos, na tarde de quarta-feira. Ele disse que nada poderia falar “por que não entende nada de agricultura. Posso comparecer só na condição de ouvinte”, afirmou aquela autoridade.

Insolvência - O líder do PDT no Senado disse que há muito a dizer, pois “o governo está levando a agricultura a um deliberado processo de insolvência, na medida em que não liberou recursos para a sanidade animal e não adota nenhuma medida concreta para proteger os produtores. Osmar Dias apontou vários exemplos: o produtor de soja produziu a R$ 30,00 e está comercializando a R$ 23,00; no caso do milho, o custo por saca é de R$ 16,00, mas, no Paraná, não se consegue preço superior a R$ 10,00. “A mesma situação se verifica com outras culturas, como é o caso do arroz no Rio Grande do sul e o governo, como referiu o ministro da Fazenda, diz não ter nada para falar. O governo patrocina a inadimplência do campo, mas ele é que precisa ser declarado inadimplente”, disse.

Prejuízos - Osmar Dias reiterou que, como resultado desta política governamental contrária aos interesses nacionais, teremos redução de algumas culturas importantes como a soja, nossa principal commodity. Teremos um prejuízo de renda no setor agropecuário, que este ano já foi de R$ 17 bilhões na atividade primária, o que se refletiu na agroindústria. O impacto negativo continuará a ser sentido no ano que vem. É inevitável. Os dados apontam para uma queda de 25% na venda de insumos modernos, o que significa menos tecnologia e menor produtividade. A atividade vem em queda desde o início do governo Lula. Em 2003 o agronegócio foi responsável por 38% dos empregos gerados no Brasil. Em 2004 o índice baixou para 22% e em 2005 deve ficar em 20%. A próxima safra já está plantada, e o governo tem que se convencer de que com essa taxa de juro e com este câmbio não há como gerar emprego, renda e consumo.

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