Palestra de Sardenberg: A economia não vai mal e pode melhorar
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O "excesso de governo", a atual situação da economia, os problemas enfrentados pelo presidente Lula e as perspectivas de melhoria foram temas abordados, na manhã desta terça-feira, pelo jornalista e comentarista econômico Carlos Alberto Sardenberg. Falando sobre o tema "Brasil, recuperação de obstáculos", o jornalista não fez críticas levianas nem elogios exagerados, demonstrando o que atrapalha a economia e o governo lula. E foi claro ao afirmar Lula precisa mexer nos setores que estão tramando contra a eficiência do Estado: Incra, Funai e Ibama, "pois são os que mais criam problemas ao governo". Durante cerca de 90 minutos, Sardenberg analisou a economia no contexto mundial, inserindo-o entre os países em desenvolvimento para demonstrar que se não está tão mal, precisa fazer importantes reformas para melhorar.
Ainda bem que o mundo vai bem - A primeira condição para o Brasil melhorar seu desempenho econômico é que a economia mundial esteja vivendo um bom momento. E isso está ocorrendo, afirma Sardenberg, ao mostrar o crescimento do PIB dos EUA, da OCDE, da UE e do Japão. Como o Brasil não tem poupança suficiente para realizar investimentos, precisa tomar recursos dos países ricos para os investimentos que precisa. Apenas o crescimento previsto da economia americana prevista para este ano é igual a toda a economia brasileira. Os atos terroristas esporádicos, não provocam danos significativos à economia mundial, embora causem oscilações importantes no valor das ações. Os estragos seriam grandes se o terrorismo seria generalizado, mais isso é mais difícil de ocorrer.
Mudar urgentemente
- O conferencista fez uma avaliação positiva da performance
do presidente Lula, embora reconheça que o governo tenha se perdido nos
recentes episódios envolvendo José Dirceu. De um perfil melhor
que o presidente argentino, Lula foi capaz de, apesar de ter vindo da esquerda,
ter adotado uma política econômica responsável, ao ponto
de obter credibilidade internacional. Mas a economia está sendo refém
da falta de coragem do governo em assinar acordos comerciais internacionais,
dos setores radicais do partido que tramam contra o governo, do MST e das dificuldades
para reduzir a burocracia que impede investimentos privados. Em linhas rápidas
é isso. Amanhã tem mais.