PAÍSES POBRES PAGAM MAIS PARA EXPORTAR

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Uma diferença entre rico e pobre no comércio internacional é que o segundo paga mais tarifas. É o que se constata de um estudo sobre os Estados Unidos preparado pelo Escritório Internacional para Têxteis e Vestuário (ITCB, sigla em inglês), reunindo 25 países em desenvolvimento exportadores, incluindo o Brasil. O ITCB dá um exemplo de injustiça comparando o que pagam Bangladesh e França para vender seus produtos no maior mercado do planeta. O país asiático, produtor de roupa barata, exporta US$ 2 bilhões e desembolsa US$ 314 milhões em tarifas. Já a França exporta US$ 30 bilhões de produtos que vão de "foie gras" a vinhos e é taxada em montante quase idêntico: US$ 320 milhões. Essa situação será denunciada pelos 25 países membros do ITCB em encontro que será realizado em Hanói (Vietnam) entre os dias 20 e 23. A entidade questiona a justiça de se impor sobre algumas das nações mais pobres tarifas comerciais 20 ou 30 vezes mais altas que as das nações ricas. Para proteger setores industriais pouco competitivos, Washington impõe algumas das tarifas mais altas do mundo sobre produtos exportados por nações em desenvolvimento. A média tarifária é de 16% para têxteis e vestuários, ante apenas 1% sobre todos os outros produtos que entram no mercado americano. Do total de US$ 18,6 bilhões coletados de tarifas sobre todos os produtos que entraram nos EUA em 2001, nada menos de US$ 7,8 bilhões vieram de produtos têxteis originários principalmente de nações em desenvolvimento. Os têxteis foram responsáveis assim por 42% da renda tarifária obtida pelos EUA. Dos US$ 7,8 bilhões, US$ 5 bilhões (65%) são coletados como taxas sobre produtos dos 25 países em desenvolvimento membros do ITCB. Os têxteis brasileiros pagaram US$ 29 milhões de impostos para entrar nos EUA no ano passado. Mesmo a pequena ilha de Maldivas, no Oceano Índico, com apenas 347 mil habitantes, teve que pagar US$ 14,4 milhões por suas exportações têxteis para os EUA.

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