Preços internacionais em queda e desvalorização do dólar podem reduzir vendas brasileiras. O Brasil vai exportar menos milho em 2005. Estimativas de mercado indicam que o País vai comercializar com o exterior 40% a menos do que o remetido em 2004. As vendas externas no próximo ano tendem a ficar próximas ao que o Brasil enviou em 2002, algo em torno de 2,8 milhões de toneladas. Na safra 2003/04 os embarques vão totalizar 4,6 milhões de toneladas. Os baixos preços internacionais e a valorização do real estão freando as exportações para o próximo ano. Para o analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, as vendas externas tendem a ser menores porque o preço internacional do grão está quase 20% inferior ao início do ano, devido à safra recorde nos Estados Unidos e, além de o dólar estar desvalorizado, há um quadro "especulativo no mercado". Segundo ele, ainda não existem indícios certos de quanto será a safra total brasileira e se haverá ou não redução no segundo plantio do grão.
Rentabilidade - Apesar das exportações menores, há quem acredite que aquele que plantou milho vai sair ganhando. O produtor Vilson Thomas, de Planaltina (DF), por exemplo, aumentou a área de milho apostando que o grão vai se valorizar no segundo semestre de 2005. O agricultor passou de 600 para 650 hectares cultivados com o grão. "Não acredito na soja e o milho é mais rentável no mercado interno porque todo mundo diminuiu a área", diz Thomas. Além disso, ele acrescenta que poderá haver quebra no Sul do País e na Argentina, devido à seca que assola a região. "A única commodity que tem chance de surpreender é o milho", afirma Daniel Dias, da FNP Consultoria. Segundo ele, com a redução da área na primeira safra - estimada pela consultoria em 7,6% - e perspectivas de que a safrinha não será grande - o quadro de balanço de oferta e demanda tenderá a ficar bem ajustado no próximo ano. (Fonte: Gazeta Mercantil)