Osmar faz críticas à política econômica

O senador Osmar Dias, líder do PDT no Senado, afirmou ontem (16/11) que o governo comemora índices econômicos completamente desvinculados da realidade do cidadão brasileiro. “ O ministro da Fazenda, precisa explicar também na Comissão de Assuntos Econômicos, a quem a economia está satisfazendo. O governo Fernando Henrique Cardoso pagou de juros, no seu primeiro mandato, RS$ 197 bilhões. No segundo Mandato, pagou R$ 268 bilhões. E o governo Lula, em três anos, pagou R$ 299,4 bilhões de juros. Todo o crescimento econômico, que foi pequeno nos últimos anos, foi consumido com o pagamento dos juros da dívida”. Para o senador, o presidente Lula, que na campanha eleitoral dizia que atenderia prioritariamente os brasileiros e depois os banqueiros, está fazendo justamente o contrário. “ Para este governo, o que vale é atender primeiro os banqueiros e depois os brasileiros. A política econômica brasileira do ministro Pallocci é baseada apenas na redução do déficit fiscal. Apesar do país ter pago quase R$ 300 bilhões em três anos e de ter feito um baixíssimo investimento, a dívida pública continua a ser de 51.5% do PIB. É muito para um país que precisa crescer e promover o desenvolvimento para todos”, analisou.

Menos tecnologia - Osmar Dias pondera que os agricultores que estão plantando a safra 2005-2006 estão aplicando 25% a menos de insumos modernos, reduzindo a tecnologia em nome da economia que tem que ser feita para fazer frente ao custo de produção. “A taxa de juros que o Brasil pratica é suicida. O real está supervalorizado. Tivemos um crescimento das importações neste último ano de 46%. Milhares de produtores rurais neste país não estão conseguindo plantar a safra porque as taxas de juros altas estão sendo pagas também pelos agricultores que foram obrigados a tomar empréstimos no mercado livre, para se somar à pequena parcela de crédito rural a que tem direito. O Banco do Brasil não tem recursos para atender a grande maioria por culpa do governo federal que prefere dar prioridade ao pagamento dos juros da dívida a financiar a produção”.

Mercado externo - O senador também considera que os produtos brasileiros estão desvalorizados no mercado internacional, o que inviabiliza a competição e que o governo não investe o necessário para a defesa sanitária animal. “ Enquanto isso ocorre, o governo comemora índices econômicos que nada têm a ver com os cidadãos brasileiros que vivem nas cidades do interior e no campo e que dependem de políticas públicas que possam estimular a produtividade, o trabalho a produção e não a especulação. Para quem a economia está bem? Apenas para os banqueiros, para o presidente da República e para o ministro da Fazenda, porque para os brasileiros a economia vai de mal a pior”, disse.