Os executivos que quebram empresas

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"Como quebrar uma empresa - os sete hábitos dos piores executivos do mundo" é o tema de capa da edição de agosto da revista Exame. Escrita pelo professor de administração Sydney Finkelstein, do Dartmout College, a matéria é um alerta claro sobre os perigosos executivos com poder absoluto, teimosos e respeitados por causa do poder centralizador. A revista Exame completa a matéria contando em "Hall da lama" a história de empresa multinacionais e brasileiras que tinham à sua frente executivos com o perfil citado por Sydney Finkelstein. Entre as empresas estão a Varig, a Encol, a Inepar, a Transbrasil e a Mappin.

Qualidades e defeitos admiráveis - "Por traz de cada um desses fracassos ergue-se um vulto imponente, o do CEO, ou executivo principal, que será sempre lembrado por seu desempenho extraordinariamente meíocre", afirma o professor, acrescentando: "A verdade é que são necessárias algumas qualidades pessoais muito particulares para fazer de um executivo um fracasso estrondoso". Mais adiante afirma que "as qualidades pessoais que tornam possível essa destruição colossal são normalmente encontradas lado a lado com qualidades genuinamente admiráveis".

Os sete maus hábitos - 1. Vêem a si mesmos, e À empresa, como protagonistas absolutos de seu segmento. 2. Identificam-se tão completamente com a empresa que não vêem mais nenhuma fronteira entre seus interesses pessoais e os interesses dela. 3. Acham que têm resposta para tudo. 4. Eliminam impiedosamente qualquer um que não os apóie integralmente. 5. São porta-vozes por excelência , obcecados pela imagem da empresa. 6. Subestimam os obstáculos. 7. Teimam em confiar no que funcionou no passado.

No mar de lama - A revista Exame começa com a Varig a citação das empresas brasileiras que quebraram graças aos hábitos inadequados e ao poder absoluto dos CEOs (executivos centrais). Yutaka Imagawa, que levou a Varig a uma situação pré-falimentar, vem recusando todas as propostas de solução que impliquem na redução do poder da fundação Ruben Berta, controladora da companhia. Pedro Paulo de Souza, da Encol, CEO da construtora que deu sumiço a R$ 2,5 bilhões dos clientes, culpa o Plano Real pelo fracasso. Mas uma auditoria apurou que a construtora tinha caixa 2 e desviou recursos do patrimônio da empresa. Antônio Celso Cipriani, da Transbrasil, administrava a empresa morando nos EUA. Quando tentaram auditoria na empresa, demitiu os rivais. Também a Vivendi Universal, empresa pública de abastecimento de águas (tem participação na Sanepar) perdeu bilhões de dólares por causa da arrogância do CEO Jean-Marie Messier.

Obsessão pelo crescimento - A obsessão pelo crescimento é um dos grandes defeitos dos executivos. O executivo da Inepar, Atilano Oms Sobrinho, é citado entre os executivos que tentaram diversificar suas atividades, realizar grandes parcerias ou, resumindo, dando passos além do alcance das pernas. A Inepar se multiplicou em 18 empresas, algumas fora da área de atuação da matriz, em negócios de longa maturação, como a tv a cabo. Algumas associações mal sucedidas levaram a empresa a dificuldades ainda não resolvidas. Muitas vezes o excessivo brilho da empresa ou do executivo acaba por ofuscar a crise que se avoluma, corroendo rapidamente o capital juntado ao longo de anos, quando não de várias décadas. O agigantamento rápido de uma empresa pode - não é uma regra - um indicativo de crescimento de dificuldades. Na ânsia de resolve-las, o executivo pode lança mão de inimagináveis alianças.

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