Organização das cooperativas do PR chama atenção de canadenses

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Durante duas semanas, um grupo de 11 lideranças cooperativistas do Canadá, ligadas a Cooperative Fédérée de Québec, percorreram as regiões centro sul, norte, noroeste e oeste, em visita a diversas cooperativas do Paraná. Na opinião do presidente da Fédérée, Denis Richard, “voltamos com o sentimento de que temos muito o que aprender com as cooperativas paranaenses, que através de um sistema muito organizado, com assistência técnica eficiente e atendimento aos cooperados, produz, industrializa e comercializa de forma surpreendente”, disse. Esta afirmação de Richard foi feita na noite desta terça-feira (22), durante jantar de agradecimento e despedida, em Curitiba, que contou com a presença do presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski. “Viemos conhecer um pouco mais sobre o cooperativismo praticado por vocês e retornamos ao nosso País com a melhor das impressões, na certeza de que num futuro poderemos desenvolver alguma espécie de parceria entre os dois paises”, lembrou o lider canadense. Koslovski disse que o Sistema Ocepar “se sente honrado em poder receber integrantes de uma entidade co-irmã de um continente tão distante e que tem por princípio a mesma filosofia e mesmo as dificuldades de diferentes idiomas, acabam sendo superadas pelos interesses comuns”, afirmou.

Estrutura - A Cooperative Fédérée de Québec é uma espécie de central agroindústrial com 99 cooperativas singulares filiadas, que congregam cerca de 62 mil produtores, com área média de 150 hectares. Estes produtores se dedicam, especialmente, a produção de suínos, com abate semanal de 70 mil cabeças, frangos, 1,5 milhão por semana, leite só para o consumo e um pouco de cereais (soja e milho). Segundo Mario Hébert, chefe do departamento de economia da Fédérée de Québec, há 10 anos atrás o sistema cooperativista canadense passou por uma reformulação, onde se deu preferência pela integração intercooperativista. “Sofríamos muito com a concorrência predatória dos grandes grupos multinacionais, como a Bunge, Cargil e rede de supermercados Wal-Mart, Carrrefour, que constantemente assediavam os produtores para deixar de comprar na cooperativa, desestimulando assim o cooperativismo. A partir daí foi dado um basta e unimos nossas forças para poder sobreviver e é isto que estamos fazendo atualmente e acredito que esta experiência pode ser copiada”, lembrou. Com relação a visita ele afirmou que o grupo ficou muito impressionado com a organização das cooperativas e com o potencial da agropecuária paranaense. “O Brasil passou a chamar a atenção dos produtores canadenses, a partir do momento que começou a travar uma luta e posterior vitória na OMC contra os subsídios americanos do açúcar e algodão. Temos hoje uma impressão muito boa da atuação do Brasil no mercado externo e de que poderemos também no futuro ser parceiros”, frisou.

Visitas - Esta visita foi articulada depois que os canadenses assistiram a uma palestra sobre o potencial do agronegócio brasileiro feita no início do ano no Canadá pela professora Ely Massuda, da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e que acompanhou a visita como intérprete do grupo. A docente está fazendo seu doutorado naquele País. O grupo canadense visitou a Cocamar (Maringá), Coamo (Campo Mourão), Copacol (Cafelândia), Coodetec e a Coopavel (Cascavel), Lar (Medianeira), Batavo (Carambeí), Castrolanda (Castro) e o Porto de Paranaguá. O retorno para o Canadá estava programado para hoje (22).

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