Opinião: O futuro das organizações

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Doracilio Siqueira Filho(*)

A valorização dos modelos de gestão centrados em equipe, células e grupos de trabalho, é fruto de movimentos organizacionais que estão obtendo resultados mais competitivos que aqueles que dependem fundamentalmente de gestores e profissionais centrados no individualismo. Este contexto, que é conseqüente da alta competitividade, impõem a cada dia o repensar e reconstruir a cultura das organizações, criando verdadeiras estratégias de agregar esforços de funcionários, clientes e empresários.

A maioria dos experts de gestão recomenda o investimento no que se considera o fator chave no futuro, ou seja, o estabelecimento de um comportamento de colaboração entre os participantes que empregam em um mesmo contexto, finanças, energia física ou psíquica, tempo, etc.

Construir redes, alianças cooperativas, converter os empregados em associados ou colaboradores comprometidos em agregar valor em negócio é o desafio cada vez mais tangível, mas que implica em preparar e/ou habilitar os participantes das organizações para interações horizontais, para criar um clima sadio de confiança, de multiplicação de conhecimentos e parceirizações das decisões e da busca de eficácia, através dos objetivos comuns.

Todo este futuro que também é preconizado pelos atuais “gurus do management”, necessita estar alicerçado em conceitos e práticas da Aprendizagem Coletiva e inclusive, da capacitação para um novo processo que chamamos de relações autenticamente compartilhadas e, nesse sentido, nos referirmos a uma nova frente que emerge como potencializadora para direcionar líderes e grupos para uma verdadeira revolução organizacional, que dependerá do entendimento cada vez mais legítimo daquilo que é básico para o comprometimento, ou seja, entender o funcionamento humano dos grupos de trabalho.

Muitos exemplos vivos nos demonstram que o trabalho em equipe, quando se converte em modelo de gestão, é um excelente “start” para a melhoria contínua na inovação e superação de grandes desafios. No Brasil pós copa do mundo, percebemos um forte movimento no sentido de valorizar e mesmo identificar as estratégias que o nosso treinador utilizou para conseguir envolver os talentos individuais que selecionou e transformá-los em um grupo onde destacou-se o espírito de Equipe e o grande empenho em prol do objetivo comum. O sucesso alcançado, certamente trará um esforço significativo nas crenças sobre o poder do trabalho em equipe e no predomínio do coletivo sobre o individualismo.

Constatamos, no entanto, que existe uma carência de oportunidades para a imprescindível preparação e inclusive falta de conscientização dessa necessidade. Proliferam intervenções supérfluas conduzidas por “experts” que acreditam ser possível capacitar através da mera utilização de técnicas e com essas “ferramentas”, possam habilitar líderes para facilitarem o desenvolvimento de grupos. Práticas dessa natureza colocam grupos a mercê de intervenções que carecem de fundamentação teórica e metodológica que dêem sustentabilidade aos facilitadores dos grupos.

(*) Gestor no Núcleo RS da Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos

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