OPINIÃO: Eleições e cooperativismo
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Por Márcio Lopes de Freitas (*)
O Brasil se prepara para mais um exercício de democracia plena. No dia 3 de outubro, vamos comparecer às urnas para escolher os novos prefeitos e vereadores, nos mais de 5 mil municípios espalhados por esse grande país. A data merece uma reflexão para nós, cooperativistas. Ao longo da sua história, o movimento cooperativista teve pouca participação direta no processo político brasileiro. Agindo dentro dos princípios de neutralidade partidária e ideológica, nossos representantes muitas vezes preferiram abster-se de cargos eletivos. A situação atual, entretanto, é outra. Cada vez mais, o cooperativismo firma-se como um dos caminhos mais importantes para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e, principalmente, solidária, de geração de trabalho e renda. Por isso temos uma responsabilidade muito grande no processo de representação política, em todas as esferas. Nossa bandeira política continua tendo como base a neutralidade partidária e ideológica. Mas o sistema OCB apóia e incentiva todos aqueles que, no exercício de um cargo público, estejam compromissados com os princípios e valores do cooperativismo. Diante dessa posição de defesa da igualdade e solidariedade, conseguimos formar a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), a maior das frentes em operação no Congresso Nacional, e que conta hoje com 232 deputados federais e 28 senadores. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, é cooperativista, e o próprio presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é um entusiasta do cooperativismo e tem demonstrado esse apoio nas ações do governo federal. Acreditamos que o compromisso político dos cooperativistas deve ser cada vez mais sólido. O cooperativismo, em todos os seus ramos, tem muito a contribuir para as administrações municipais. Só para citar alguns exemplos, as cooperativas agropecuárias já representam um papel de grande importância na economia brasileira. As cooperativas de trabalho consolidam-se como uma alternativa real ao desemprego. As cooperativas de infra-estrutura já criaram uma rede de 120 mil quilômetros de linhas elétricas, levando energia e desenvolvimento a mais de 600 mil famílias. Isso sem falar no desempenho das cooperativas de saúde, transporte e educação. Tudo isso deve servir como modelo para administrações transparentes e realmente democráticas. Por isso é fundamental que o cooperativismo esteja inserido no processo eleitoral de outubro. A eleição de cooperativistas nas câmaras municipais é a principal maneira de reforçar os princípios de solidariedade nas câmaras do povo. As cooperativas, em todo o país, tem a obrigação de representarem seus cooperados e de se fazerem representar nas câmaras e prefeituras. Assim, em cada município brasileiro, grande ou pequeno, estará aberto o caminho para uma sociedade mais justa e igualitária. (*) Presidente
da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). |