OMC MOSTRA COMO ACABAR COM A POBREZA

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A Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, que a ONU promove em Monterrey (México), pode significar um marco divisório no protecionismo mundial. As várias autoridades que se pronunciaram chamaram a atenção para a necessidade de redução dos subsídios protecionistas, que funcionam como meio econômico opressor aos países pobres e em desenvolvimento. Também enfatizaram a necessidade de se aumentar a contribuição dos países ricos aos países pobres. O diretor geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), o neozelandês Mike Moore, defendeu insistentemente o livre comércio, afirmando que "a abolição de todas as barreiras comerciais poderia aumentar a renda global em US$ 2,8 trilhões e tirar da pobreza 320 milhões de pessoas até 2015".

Discurso brasileiro - Moore praticamente defendeu o discurso brasileiro que prega o fim das diversas formas de protecionismo, que impedem que os países em desenvolvimento agreguem valor à sua produção e, assim, possam fazer frente aos compromissos com suas dívidas externas. "A prioridade básica da comunidade internacional de comércio tem que ser a criação de condições nas quais países em desenvolvimento possam maximizar os ganhos que estão aptos a colher do comércio", disse Moore. O chanceler brasileiro Celso Lafer comentou, depois, que os países não podem alcançar o desenvolvimento se não forem superados os entraves comerciais. Também o secretário geral da ONU, Kofi Annan, defendeu a abertura completa dos mercados dos países ricos para os produtos dos países em desenvolvimento. Até James Wolfensohn, presidente do Banco Mundial, e Horst Koeller, diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, reconheceram que o comércio gera renda, reduz a dependÊncia dos países pobres, permitindo que todos saiam ganhando.

Números que impressionam - O jornal Folha de São Paulo trouxe, em sua edição de hoje, ao lado da matéria que repercutiu a falta do presidente da OMC, Mike Moore, algumas informações complementares sobre subsídios e protecionismo:

1 - Os países em desenvolvimento gastam cerca de US$ 1 bilhão por dia em subsídios comerciais.

2 - A tarifa média dos países ricos para importar produtos agrícolas é quatro vezes superior à dos produtos industriais.

3 - Se forem removidas as restrições à agricultura, os países em desenvolvimento ganharão oito vezes mais do que ganham hoje com o programa de alívio de suas dívidas externas.

4- A proteção dos países ricos a setores em que as nações pobres são competitivas custa, aos EUA, à União Européia e ao Japão, entre US$ 70 a US$ 100 bilhões por ano.

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