OFERTA DE RECURSOS REFLETE NA PRODUÇÃO

A expansão da produção de grãos alcançada no ano passado está diretamente relacionada com a maior oferta de recursos aos produtores e às taxas de juros compatíveis com a rentabilidade do setor. Na prática, isso significa que a política agrícola voltou a assumir um papel fundamental como suporte aos produtores. Ao contrário do que se via nas décadas anteriores, hoje a política agrícola tem grande importância na disponibilidade de recursos de custeio, investimento e comercialização, sem, no entanto, atuar no regulamento de mercado via formação de estoques e compras governamentais. Todas as ações realizadas pelo governo federal para garantir preços ocorrem por meio de programas de comercialização que dele dependem como financiador, mas não como comprador. Esse processo de mudança estrutural do papel do governo na política agrícola já está completado e o crescimento da produção de grãos é um sinal de que ele se mostrou bem-sucedido. O primeiro destaque da política agrícola vai para os programas de financiamento do setor. Segundo dados do Ministério da Agricultura, o volume de recursos concedido à agropecuária para a safra 2000/2001, portanto de julho de 2000 a junho de 2001, foi de R$ 13,7 bilhões, ou seja, R$ 2 bilhões a mais do que no período anterior. Para a safra que terminará em junho de 2002, estima-se crescimento de R$ 3 bilhões no fluxo de recursos, contabilizando R$ 14,4 bilhões de dinheiro novo e R$ 2,3 bilhões de dinheiro que retorna de financiamentos de anos anteriores. Todas as modalidades de crédito mostram sensível crescimento, mas o que provoca a mudança estrutural no setor é o crédito de investimento. Quase todo o crédito de investimento é emprestado a juros fixos no longo prazo. A oferta desse crédito permite aos produtores estruturar a base do crescimento da produção de grãos e da pecuária, como foi observado em 2001. A maior capacidade de investir na agropecuária que o produtor tem hoje em relação aos anos anteriores é o grande determinante da expansão da agricultura.