Ocesp reforça apelo por renegociação de dívidas de cooperativas

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A Ocesp enviou nota à imprensa solicitando aos agentes financeiros, fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos a repactuação de dívidas dos produtores rurais e de suas cooperativas, de forma a reforçar o pedido público feito no dia 29/4 pela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag) por decorrência da seca. “Como a cooperativa é extensão do produtor cooperado, todo o ônus da inadimplência recai sobre a cooperativa, incapacitando-a de honrar os compromissos assumidos com fornecedores e agentes financeiros”, ressalta Evaristo Machado Netto, presidente da Ocesp. Ele chama a atenção para o fato de as cooperativas agropecuárias serem uma das maiores fontes de rapasse de insumos para os produtores rurais, sendo igualmente prejudicadas com as oscilações no campo.

Renegociações - De acordo com o presidente da Ocesp, as renegociações devem levar em conta outro fator que tem inviabilizado o pagamento de dívidas: o preço das commodities. A soja, por exemplo, vem apresentando atualmente baixas cotações no mercado agrícola. Somando isso às perdas com a seca, em muitos casos fica impossível de os produtores e as cooperativas saldarem seus compromissos. Levantamento da Ocesp revela que as perdas com a seca nas cooperativas agropecuárias paulistas alcançaram, em média, 15% na soja, 12% no milho e 20% no amendoim. Em algumas regiões, a exemplo de Cândido Mota, o prejuízo chega a 40% da produção. Para este ano, a previsão é de que as cooperativas paulistas deixem de receber perto de 90 mil toneladas de soja.

Estado de emergência – As conseqüências da seca têm feito com que cooperativas se mobilizem pela renegociação de dívidas por todo o Estado. A Coopermota, por exemplo, em conjunto com o Consórcio Intermunicipal do Vale Paranapanema (CIVAP) iniciou, em março, uma mobilização para que os municípios da região decretassem estado de emergência, a partir de sinalização do Governo Federal sobre um tratamento especial às regiões afetadas pela seca. A articulação resultou na decretação de estado de emergência em 19 municípios do Médio Paranapanema, que pretendem conseguir do governo a prorrogação de todas as parcelas vencidas e a vencer em 2005. O movimento regional tem a participação efetiva do diretor do ramo Agropecuário da Ocesp e presidente da Coopermota, Edivaldo Del Grande. Os 19 municípios reunidos estão solicitando audiências com o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, e com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, para discutir compensações para as perdas.

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