OCEPAR: Diretoria avalia paralisação no mercado de trigo
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Diretores do Sistema Ocepar, reunidos na sede da entidade em Curitiba, na manhã
desta sexta-feira (10), trataram de diversos assuntos, entre eles, a paralisação
do mercado de trigo e que preocupa produtores e cooperativas. Todos estão
apreensivos com as conseqüências desta estagnação para
o setor. A safra brasileira do cereal deverá alcançar 5,5 milhões
de toneladas e o Paraná, maior produtor, deve colher 2,8 milhões
de toneladas, 70% a mais que 2002. Só que, mais uma vez, o empenho do
setor produtivo em busca da auto-suficiência pode ter nova frustração
porque a comercialização está praticamente paralisada.
Urgência - Para o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, os produtores precisam de uma sinalização do governo federal sobre o assunto, por isso as lideranças do setor pedem uma reunião de emergência para tratar do assunto. "Precisamos ter a garantia de que o produtor irá receber um preço justo pelo trigo, normalizando assim a comercialização do produto", destaca. Por sua vez, o presidente da cooperativa Coagru, de Ubiratã, Áureo Zanprônio, afirma que a situação é crítica. "Os triticultores estão bastante apreensivos com esta situação de mercado. A falta de regras e de mercado fará com que estes produtores, na próxima safra, deixem de plantar trigo, aumentando a necessidade de importação", alerta.
Correspondência
- Preocupada com esta situação, a Ocepar - Sindicato e Organização
das Cooperativas do Estado do Paraná, encaminhou na quinta-feira (9),
correspondência ao ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, ao secretário de Estado da Agricultura, Orlando Pessuti,
e aos deputados federais Waldemir Moka, presidente da Comissão de Agricultura
da Câmara, Moacir Micheletto, presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo
e ao presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB),
Márcio Lopes de Freitas, pedindo interferência urgente para que
os triticultores não venham a ser prejudicados mais uma vez.
Auto-suficiência - O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski,
lembra que tanto os produtores e as cooperativas atenderam de imediato ao apelo
do Governo Federal para buscássemos a auto-suficiência do produto.
"Eles acreditaram e aumentaram a área de plantio."Agora, os
produtores reclamam pelo fato do preço do trigo nacional estar menor
que a paridade com o trigo importado da Argentina. As cooperativas estão
fora do mercado, não fixando preço aos seus cooperados. Afinal,
não têm para quem repassar o produto. Por isso, solicitamos a interferência
do ministério e também da Secretaria da Agricultura para que esta
situação não se agrave ainda mais, produzindo desestimulo
aos produtores. O setor reivindica mecanismos de apoio à comercialização",
destaca Koslovski.
Reivindicações - Entre as reivindicações apresentadas pela entidade estão: 1. Aquisição da produção de agricultores familiares para o Programa Fome Zero, a preço superior ao mínimo (preço de mercado); 2. Lançamento de Contrato de Opção, com preço de exercício baseado na paridade com o importado; 3. Lançamento da Linha Especial de Crédito a Comercialização - LEC e; 4. Disponibilização de recursos para Empréstimo do Governo Federal - EGF.
Desestímulo
- Segundo Koslovski, "da forma que a situação está
o Brasil perde divisas e os produtores deixarão de plantar trigo, dificultando
o País de atingir a tão almejada auto-suficiência deste
importante cereal", alerta. A Ocepar e o Ministério da Agricultura
farão reunião a próxima semana, onde representantes das
cooperativas, dos produtores, dos moinhos e do governo buscarão mecanismos
para se retomar a comercialização.