O que se pode aprender com o Vêneto

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A região de Vêneto, norte da Itália, não é conhecida por sediar grandes multinacionais ou atrair gigantes da indústria. A economia local é sustentada por micro e pequenas empresas, com não mais que 10 funcionários cada. Esse modelo de desenvolvimento é justamente o que faz do Vêneto uma das regiões mais promissoras e economicamente equilibradas do mundo. Nesta quarta-feira, o economista italiano Romano Toppan esteve na Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Federasul) explicando os segredos do desenvolvimento de Vêneto. Ele participou ativamente da "virada" da região, no final dos anos 60, ministrando cursos de gestão para micro e pequenos empresários. Hoje, a cidade conta com uma empresa para cada 11 habitantes. A taxa de desemprego é de apenas 3,2%, uma das menores da Europa. Também é responsável por 18% de toda exportação italiana e vende 40% de sua produção para fora. Nos últimos 30 anos, o PIB de Vêneto quintuplicou e, hoje, é de 25 mil euros por habitante. Afinal, qual o segredo do desenvolvimento regional? Em sua palestra, Romano destacou alguns fatores:

- Os empresários locais adotam uma postura competitiva, mas ao mesmo tempo colaborativa. No Vêneto, eles se unem no momento de pedir crédito, por exemplo, de modo a baixar os juros. Também compram em bloco, fazendo o preço cair;

- As empresas são divididas em “distritos”. Cada distrito abriga pólos de setores específicos da economia, como o de vestuário, de móveis e de óculos. Esses distritos são suficientes para abastecer os mercados locais e para exportar. Mas não chegam a competir de forma predatória entre si.

- Como são pequenas, as empresas possuem linhas de produção simplificadas. Isso flexibiliza as atividades, que podem mudar conforme a demanda;

Os empresários de Vêneto não esperaram apoio do governo. "Enquanto os políticos se preocupavam em formar grandes corporações, nós nos virávamos sozinhos, apenas com o apoio das prefeituras e a vontade dos empresários", diz Toppan. (Revista Manhã).

Conteúdos Relacionados