O algodão pode trazer US$ 650 milhões este ano
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Depois de 40 anos, as vendas antecipam a colheita. A melhoria na qualidade do algodão brasileiro, fez com que a demanda pelo produto no mercado internacional ampliasse muito nos últimos quatro anos. A expectativa do mercado é de que as receitas cambiais aumentem para cerca de US$ 650 milhões neste ano, 22% mais em relação aos US$ 532 milhões de 2003. Um sintoma de que o produto brasileiro alcançou bom prestígio no exterior é o volume de vendas antecipadas. Cerca de 450 mil toneladas, ou quase metade da safra, já foi negociada no exterior. "Pela primeira vez em quarenta anos, a comercialização da safra em volumes expressivos antecede a colheita da produção", diz Hugo Nieri, da Nieri Corretora. A produção brasileira está projetada entre 1,1 milhão e 1,2 milhão de toneladas, volume recorde e 40% superior à produção de 2003, que totalizou 820 mil toneladas.
Mercado externo
- A situação tem sido tão favorável, que antes
do plantio os produtores já tinham vendido 350 mil toneladas no mercado
externo. As vendas futuras já atingem as próximas safras. Para
2005, já foram negociadas 100 mil toneladas e, para 2006, 15 mil toneladas.
Além do aumento da produção brasileira, os concorrentes
sofreram dificuldades. A quebra na produção da Austrália
devido a um longo período de seca e a frustração na safra
da China, maior produtor mundial, criaram um desequilíbrio na oferta
mundial. Enquanto a demanda externa pelo algodão cresce, no Brasil ela
está estabilizada, nos últimos anos, em cerca de 700 mil toneladas,
segundo traders. "Falta fôlego à industria nacional",
diz Fabio Cardel, da corretora Cotton Class. "A situação
piorou com as recentes modificações no recolhimento do Pis/Cofins",
diz um diretor da Norfrio Indústria Têxtil. (Fonte: Gazeta Mercantil)