Nova proposta européia ainda deve ser insuficiente
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A União Européia (UE) sinalizou ao Brasil e outros exportadores que uma nova oferta para cortar as tarifas de importação agrícola, esta semana, será bem inferior às exigências dos parceiros para desbloquear a Rodada Doha. "A UE já disse claramente que um movimento de sua parte não será suficiente", afirmou Luiz Carmona, do Ministério da Agricultura do Brasil. "Não vejo como pode se esperar acordo agrícola nessas condições", acrescentou. O G-20, liderado pelo Brasil, e o Grupo de Cairns, de 17 exportadores agrícolas incluindo o Mercosul, cobram de Bruxelas o dobro do corte de tarifas que foi proposto, de 24%, em média. "Uma redução média de 54% é a base", disse o embaixador brasileiro junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), Clodoaldo Hugueney.
Mercado - A questão de acesso ao mercado é a mais difícil na negociação agrícola - e não apenas para a UE. A Suíça, com tarifa de 700% na importação de carnes, não quer nem ouvir falar de alíquota máxima de 100% no comércio agrícola mundial, que a UE já aceitou. Sob intensa pressão, Peter Mandelson, comissário europeu de comércio, não cessa de lamentar que a França tenha "tirado o tapete" de seus pés. Mas considera que ainda tem margem de manobra para colocar na mesa "uma oferta final". Ele ressalvou que só tomará a decisão após avaliar o apoio dos outros 24 países-membros da UE, em reação a feroz oposição francesa. Enquanto negociadores dizem que a rodada está "ameaçada", o agronegócio brasileiro pede ao governo para pressionar por concessões até o fim, em Hong Kong, em dezembro. (Valor Econômico)