Na ALCA, submissão aos interesses que vêm de fora
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Benefícios duvidosos – Segundo o professor, “o projeto é muito abrangente, envolve muitas restrições à política econômica brasileira e, ao mesmo tempo, cria benefícios duvidosos”. A falta de competitividade da economia brasileira é um dos problemas a ser enfrentado, no caso da adesão. A redução do chamado Custo Brasil não é suficiente para colocar as empresas brasileiras em igualdade de condições em termos de competitividade. Nesse quadro de falta de competitividade, na abertura dos mercados, provavelmente as importações serão muito superiores às exportações, o que vai agravar o desequilíbrio da balança de pagamento. “Alguns setores, como o de informática ou o químico, nos quais há o predomínio dos EUA, poderiam desaparecer. A tendência é o Brasil se concentrar em setores onde já somos competitivos, como a agroindústria e as áreas têxtil, siderúrgica e de calçados”, frisa Paulo Nogueira Batista Jr, em entrevista à revista Isto é.
Protecionismo – A Alca foi concebida, lembra o professor, para beneficiar os interesses americanos, tendência que se aprofundou com o governo atual, onde as atitudes protecionistas que sinalizam claramente a pouca disposição dos EUA com a abertura do seu mercado. “Isso torna a defesa da Alca no Brasil muito mais complicada do que era antes. Os partidários da Alca se recolheram a um silêncio tumular nos últimos tempos. O Clinton era mais perigoso. Na gestão dele, os americanos disfarçavam a busca dos interesses com uma retórica de cooperação internacional. No período Bush, o protecionismo e o nacionalismo são mais francos”, afirma o professor. Ele afirma que apesar do governo Lula sinalizar uma mudança em relação à Alca, é preciso considerar que a área será a maior potência política, econômica e militar do planeta. (Fonte: Revista Isto É)