Milho: mercado perto do equilíbrio

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As exportações e a recomposição dos estoques do governo

contribuem para reduzir a oferta do produto no mercado.

Estudo elaborado pela Ocepar ? Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, indica que nos próximos meses pode acabar a pressão baixista no preço do milho, pois as previsões de produção indicam problemas com excesso de chuvas na região centro-sul e de seca no centro-oeste. O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, diz que se fizermos uma avaliação realista do abastecimento de milho, concluímos que a oferta e demanda para este ano está equilibrada. Pelos cálculos da Organização a produção estimada de 38,4 milhões de toneladas, para um consumo interno de 36,2 milhões de toneladas e exportações de 1 milhão de toneladas, indica uma sobra de apenas 1,2 milhão de toneladas, suficiente para atender o consumo de 10 dias, o que é muito pouco, quando se compara com outros países que mantém estoque mínimo para 90 dias de consumo.

A previsão de apoio financeiro por parte do governo para contratos de opção, AGF e pagamento da securitização, permitindo tirar do mercado cerca de 4,0 milhões de toneladas, contribuirá para equilibrar a oferta e a demanda do mercado no período de colheita, evitando que o preço caia excessivamente, gerando novos desestímulos aos produtores, como aconteceu em passado recente. O presidente da Ocepar afirma que é necessário cuidado na divulgação de grandes excedente, pois isto contribui para pressionar os preços para baixo, obrigando muitos agricultores a venderem o produto abaixo do custo de produção, e com certeza, a reação do produtor será imediata deixando de plantar. Deve-se considerar também que o mercado externo está demandador para o produto brasileiro, pois já se exportou mais de 850 mil toneladas e o interesse internacional é grande, especialmente porque o nosso milho não é transgênico?, afirma.

É importante salientar ainda que a área de plantio do milho safrinha deve cair 20%, no Paraná, maior produtor, assim como o consumo interno deverá crescer cerca de 8% em função do aumento na produção de frango e de suínos.

Em conjunto com esses indicadores, é necessário se analisar a situação da produção mundial que deve cair 3,32%, o que fará com que os estoques mundiais do produto caiam cerca de 15%, na ordem de 20 milhões de toneladas. Isto fará com que o preço internacional se eleve, tornando o milho brasileiro mais atrativo, e em conseqüência, dificultando qualquer eventual necessidade de importação brasileira.

Analisando todas essas variáveis, é salutar e aconselhável que o mercado busque um equilíbrio no sentido de manter o setor produtivo estimulado, a fim de se evitar problemas futuros de abastecimento. A Ocepar teme que, diante dos preços praticados no momento, a área destinada à safra do milho safrinha caia ainda mais, bem como já se forme opinião junto aos produtores de intenções de redução de área de plantio da próxima safra de verão. João Paulo Koslovski lembra que no ano passado, em especial no segundo semestre, o mercado se influenciou pelas mais variadas estimativas, frustrando as expectativas dos produtores que esperavam preços melhores e dos consumidores que acabaram pagando caro pelo milho importado. Portanto, finaliza João Paulo, as forças de mercado devem agir neste momento de forma a manter o produtor estimulado e garantir o abastecimento futuro.

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