Microcrédito produtivo poderá ter R$ 600 milhões
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O Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado lançado pelo presidente Lula anteontem poderá ter R$ 600 milhões e uma rede que pode chegar a 1,2 mil “agências”. Com isso, o governo federal acredita que o microcrédito deixará de ser uma teoria e se tornará realidade no Brasil, segundo as palavras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas Lula aproveitou para criticar o “comodismo” dos brasileiros, que teriam sua parcela de responsabilidade na falta de competitividade do sistema financeiro nacional. “Às vezes, o cara está no bar com um grupo de amigos tomando um chope, e está lá xingando o banco, está xingando os juros, o cartão de crédito dele. Mas, no dia seguinte, é incapaz de levantar o traseiro de uma cadeira e ir no banco ou ao computador fazer a transferência para um banco mais barato. É o comodismo das pessoas que reclamam de noite, mas de dia se conformam. Não há uma ação, porque se elas tivessem consciência ninguém pagava 8% ao mês (sic)”, disse o presidente.
Pequenos empréstimos - O Banco Popular do Brasil vai repassar, até o fim deste ano, R$ 300 mil para a o VivaCred, entidade ligada ao Movimento Viva Rio que há oito anos empresta pequenas quantias a empreendedores da favela da Rocinha, na capital fluminense. A princípio, poderão ser emprestados R$ 1 mil, com juros máximos de 4% ao mês. Esse valor, porém, deve ser ampliado para R$ 5 mil após reuniões do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo do Trabalhador (Codefat) — de onde sairão R$ 200 milhões, dos R$ 600 milhões previstos — e do Conselho Monetário Nacional (CMN) — uma vez que os outros R$ 400 milhões virão do empréstimo compulsório que os bancos precisam recolher diariamente ao Banco Central (2% dos depósitos à vista). O prazo para pagamento varia de quatro a 24 meses. Mas só podem utilizar essas linhas de crédito os brasileiros, especialmente empreendedores do mercado informal, com renda bruta anual de até R$ 60 mil.
Prioridades - A prioridade, no entanto, é para quem tem renda de até R$ 30 mil por ano. O dinheiro será emprestado via cooperativas de crédito, organizações da sociedade civil de interesse público e sociedades de crédito ao microempreendedor. Por enquanto, apenas a VivaCred assinou convênio para isso, mas a expectativa é que o dinheiro disponível chegue às cerca de 1,2 mil entidades semelhantes existentes no país.