Meteorologia prevê chuvas irregulares
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Chuvas irregulares e em menor quantidade no Paraná. É o que se pode afirmar em função da análise dos mapas de anomalia de precipitação durante o mês de agosto e também das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico. Os dados levantados tem como base principal os prognósticos da temperatura da superfície da água do mar do Pacífico de setembro de 2004 a junho de 2005 e da seqüência de mapas prognósticos de precipitação (mapas trimestrais) de setembro/2004 a fevereiro/2005. “Podemos notar que todos os quatro mapas apontam para precipitações levemente abaixo da média, em toda a Região Sul do Brasil, até fevereiro/2005”, afirma o meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (InMet/Mapa). “Notamos uma leve tendência para temperaturas levemente acima da média, até fevereiro de 2005”, afirma.
El Niño fraco em janeiro – Segundo avaliação de Lazinski, a precipitação na região Sul no mês de agosto, ficou abaixo da média e em alguns locais praticamente não houve precipitação. Por outro lado, no momento não ocorre o fenômeno El Niño nem La Niña, com as águas mostrando uma situação de neutralidade. O mapa de prognóstico indica, até dezembro deste ano “uma mancha muito pequena de temperatura da água do mar, acima da média, sendo que a maior parte do Pacífico encontra-se dentro da média, caracterizando uma situação de neutralidade (sem influência de El Niño nem de La Niña). A partir de janeiro de 2005, aumenta um pouco esta mancha de águas mais quentes sobre o Pacífico, o que começa a caracterizar um El Niño de fraca atividade, a partir de janeiro, estendendo-se até março, quando novamente volta a neutralidade”.
Baixa precipitação – Os mapas prognósticos de precipitação (mapas trimestrais) de setembro/2004 a fevereiro/2005 apontam para precipitações levemente abaixo da média, em toda a Região Sul do Brasil, até fevereiro/2005 com temperaturas levemente acima da média. De todas essas observações, o meteorologista conclui que não existe nada indicando que a atual situação meteorológica vai mudar, pelo menos até o início do ano que vem, “quando há uma pequena chance da volta de um El Nino de fraca intensidade”. A precipitação abaixo da média não seria problema se houvesse uma boa distribuição. “O problema é que as precipitações devem continuar muito irregulares, tanto espacial como temporalmente, quero dizer com isto que devemos tomar cuidado com veranicos. Difícil dizer a época em que devem ocorrer, mas é um ano típico para ocorrência destes fenômenos e é muito provável que ocorram”, afirma Luiz Renato Lazinski.
Chuva na colheita – Se as previsões se confirmarem com a volta de El Niño, mesmo fraco, os efeitos devem começar a ser sentidos em dois ou três meses após seu aparecimento no oceano; chuva mais abundante no tempo da colheita. “Resumindo, podemos ter problemas com veranicos no decorrer da safra e, para complicar, muita chuva na colheita" afirma Lazinski, fazendo votos de estar errado na sua previsão.
A chuva desta terça-feira – “A área de instabilidade que se desloca sobre os estados do sul e parte do sudeste ainda causa chuvas sobre o Paraná, nesta terça-feira. As precipitações mais significativas concentram-se entre os setores central, leste e nordeste do estado. As temperaturas ficam mais baixas nas regiões centro-sul e na dos Campos Gerais, com céu mantendo-se encoberto”, afirma relatório do Simepar. O mapa da previsão para os próximos dias indica apenas tempo nublado nas principais regiões do Paraná, sem nenhuma precipitação além de Paranaguá, na manhã desta quarta-feira. As temperaturas devem variar de 13 graus em Curitiba a 29 graus em Maringá e Londrina.