Mercosul fecha acordo comercial com Peru
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Os países do Mercosul fecharam nesta segunda-feira (25/08) um acordo de livre comércio com o Peru. O acordo, considerado pelo Brasil um avanço importante rumo à integração econômica e política da América do Sul, foi fechado um dia antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciar visita de dois dias a Lima. Embora o país vizinho tenha uma economia pequena e seu comércio com o bloco seja modesto, o acordo está sendo visto pelas autoridades brasileiras como uma vitória para a estratégia brasileira de priorizar a integração regional ao invés da multilateral. Segundo o chanceler Celso Amorim, o acordo com o Peru já é mais amplo e importante do que aquele que o Mercosul possui com Chile e Bolívia, dois países associados do bloco. A negociação não foi fácil. O acordo vinha sendo tentado desde o governo Fernando Henrique. "Há 15 dias, achávamos que não íamos fechar", admitiu Amorim. Por causa das diferenças de desenvolvimento entre os países envolvidos, acertou-se que a abertura dos mercados aos produtos peruanos será mais rápida nas duas maiores economias do Mercosul - Brasil e Argentina - e mais lenta nos casos de Uruguai e Paraguai.
Área agrícola - Um dos aspectos que mais dificultaram
o acerto foi a baixa competitividade do Peru na área agrícola.
Por isso, ficou definido que neste setor, o Peru poderá aplicar salvaguardas
no futuro, caso ocorram surtos de importação desses produtos,
principalmente do Brasil e da Argentina. Assim como ocorreu nas negociações
dentro do Mercosul, o açúcar brasileiro ficou de fora do acordo
com o Peru. Em compensação, informou o chanceler Celso Amorim,
o Brasil passará a exportar carros, com alíquotas reduzidas, ao
mercado peruano. No caso dos produtos têxteis, ficou acertado que haverá
a exigência de regras de origem. Outra restrição importante:
os produtos da Zona Franca de Manaus (ZFM) vão ficar de fora da liberalização,
mas as exportações atuais não serão afetadas. O
plano do governo brasileiro é negociar bilateralmente a questão
da ZFM com o Peru. Existe a possibilidade de integração das cadeias
produtivas dos dois países no setor de produtos eletrônicos, itens
que, no caso brasileiro, são produzidos em sua maioria em Manaus. Há
anos o Brasil vem tentando, sem sucesso, negociar acordos de integração
comercial dentro da América do Sul, além do Mercosul. (Fonte:
Valor Econômico)