Mercosul apresenta proposta conjunta para reunião da ALCA
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Após intensas negociações,
os países do Mercosul apresentaram nesta quarta-feira uma proposta conjunta
para a próxima reunião ministerial da Área de Livre Comércio
das Américas (Alca), a ter lugar em novembro, em Miami. O fato de o Mercosul
ter apresentado uma proposta conjunta foi considerada uma vitória política
pela delegação brasileira, já que até a véspera
havia restrições do bloco comercial, principalmente por parte
do Uruguai. A reunião preliminar começou terça-feira na
capital de Trinidad e Tobago e irá até amanhã. A proposta
reflete a idéia dos "três trilhos" que, por iniciativa
do Itamaraty, havia sido apresentada pelo Mercosul, e foi mal recebida pelos
Estados Unidos. Quinta-feira passada, falando no Conselho Empresarial Brasil-Estados
Unidos, em Washington, o vice-ministro do Comércio Exterior dos EUA,
Peter Allgeier - que chefia a delegação americana em Port of Spain
-, classificou de "ultrapassada" uma proposta semelhante à
agora apresentada pelo Mercosul. Comenta-se que México e Canadá,
parceiros dos EUA no Acordo de Livre Comércio da América do Norte
(Nafta), além do Chile, que acaba de firmar um acordo comercial com Washington,
deverão rejeitar a proposta do Mercosul. Isso transferiria a responsabilidade
de negociar a agenda aos próprios ministros, em Miami. Os EUA querem
um acordo mais abrangente, mas cada país ou grupo de países tem
sua própria definição de abrangência.
Regras comuns - Pela
proposta conjunta, haveria regras comuns para o acesso aos mercados na Alca,
como regras de origem e procedimentos alfandegários. Mas os cronogramas
de desgravação tarifária seriam negociados bilateralmente
por países ou grupos de países e, mais tarde, incorporados à
Alca. A sugestão prevê um regime de transição, mas
não estende aos países desenvolvidos (EUA e Canadá) os
acordos preferenciais firmados entre países em desenvolvimento. Na área
de serviços e investimentos, deixa as discussões para a Organização
Mundial do Comércio, mas deixa aberta a possibilidade de os países
fazerem acordos plurilaterais, se o quiserem. (O Estado de São Paulo)