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MEIO AMBIENTE III: Brasil muda proposta e pode adotar nível de 1994 como meta

O ministro do Meio Ambiente Carlos Minc irá apresentar na próxima terça-feira (03/11) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a proposta de redução de emissões brasileiras para ser levada à Conferência do Clima de Copenhague, em dezembro. Se aprovada conforme a arquitetura feita no MMA, o Brasil pode ser o primeiro país em desenvolvimento a ter uma proposta de realmente cortar emissões em 2020 e não apenas reduzir sua curva de crescimento das emissões.

Crescimento - O novo cálculo prevê que o país cresça em um ritmo de 5% ao ano, conforme estimativa pedida pela ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Em 2020 a emissão de gases-estufa do Brasil, na previsão do MMA, estaria em 2,7 bilhões de toneladas de CO2, mas ela ficaria em 1,7 bilhão, com a meta sugerida. Este volume é próximo às emissões de 1994, de 1,5 bilhão de toneladas. Segundo Minc, esta meta é mais avançada que a que vinha sendo discutida porque a anterior estabelecia para 2020 o mesmo nível de emissões que em 2005 - quando foram emitidas 2,2 bilhões de toneladas.

Plano - Para alcançar esta meta, o plano é reduzir em 20% as emissões produzidas pelo desmatamento da Amazônia, outros 10% com a redução no Cerrado, 3% nos centros urbanos (e neste caso as metas de corte prometidas pelo Estado de São Paulo são fundamentais) e outros 7% com práticas agrícolas sugeridas pela Embrapa, segundo explicações dadas pelo ministro, ontem, em Brasília. A recomendação é combinar lavoura e pecuária numa mesma área de 11 milhões de hectares, recuperar 10% das áreas degradadas e adotar plantio direto na palha para evitar o uso de defensivos agrícolas.

Setores - O setor agrícola é o segundo mais poluente, depois do desmatamento. A queima de bagaço de cana e o não tratamento das fezes animais estão entre os principais fatores. Estima-se que corresponda a 25% das emissões. O setor de energia responde por 20% e a indústria por apenas 1,7%. "São metas ousadas. Enquanto a Índia está dizendo que vai triplicar suas emissões e a China provavelmente irá dobrar as suas, o Brasil oferece reduzir 40% de suas emissões até 2020. O Brasil pode servir de ponte entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento na Conferência", disse Minc. O ministro mostrou dúvidas quanto ao sucesso da Conferência de Copenhague. "A ameaça de fracasso é real principalmente porque os países ricos não dizem quais são as suas metas de cortes de emissões", prosseguiu. (Valor Econômico, com agências noticiosas)

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