Maringá ganha primeira indústria de reciclagem de embalagens vazias

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Da situação caótica até há alguns anos, quando embalagens de defensivos agrícolas eram abandonadas por produtores em rios e beiras de estradas, contaminando o ambiente e criando situação de risco para pessoas menos informadas, o Brasil evoluiu rapidamente a ponto de ser o líder mundial na destinação final daquele tipo de embalagens. De acordo com o Inpev – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, em 2004 os agricultores brasileiros devolveram 14.825 toneladas, mais que a soma de 30 países juntos, incluindo nações da América Latina, Europa, América do Norte e Austrália.

Empresa - Ainda segundo o Inpev, o Paraná é o Estado que mais recolhe embalagens no País, tendo atingido 3.842 toneladas no ano passado, volume que representou o expressivo índice de 97% de devolução. As embalagens recolhidas no Paraná eram encaminhadas para processo de reciclagem em outros Estados, mas isto deixou de acontecer com o início de operação, em Maringá, da empresa Cimflex, uma das cinco especializadas nesse setor no País. Situada na PR-317, saída de Maringá para Campo Mourão, e com 2.500 m2 de área construída, a indústria tem capacidade para absorver até 300 toneladas de embalagens vazias, produzindo eletrodutos flexíveis (conduítes), bem como matéria-prima para a fabricação, entre outros, de frascos para a indústria de agroquímicos e lubrificantes.

Parceria - Resultado da associação de empresários de Maringá e de São Paulo, que vinham negociando desde 2003 e investiram cerca de R$ 1 milhão na compra de equipamentos, a Cimflex, que vai gerar 40 empregos diretos, será inaugurada oficialmente no próximo dia 11, pela manhã, durante evento que contará com a presença de autoridades estaduais. Para entrar em funcionamento, a empresa obteve licenciamento junto ao Instituto Ambiental do Paraná - IAP e da Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental - SUDERHSA, o que a credenciou para receber embalagens vazias de todas as centrais de recolhimento existentes no Paraná.

Meio ambiente – Toda a água utilizada na operação da Cimflex é mantida em circuito fechado, com reaproveitamento constante e sem a menor possibilidade de contato com o ambiente, segundo explicou seu diretor Luiz Lourenço Júnior. Ele explica que as embalagens já chegam à empresa em condições de serem processadas, tendo passado pela tríplice lavagem ainda no campo e por uma seleção nas centrais de recebimento de todo o Estado do Paraná. Durante as etapas de lavagem e moagem desse material, há a remoção de resíduos resultantes, por exemplo, de rótulos e lacres das tampas, que são destinados para incineração em fornos especiais ou para aterros industriais. A resina de polietileno de alta densidade encontra uma série de outras utilizações, como na construção civil, ganhando importância como componente que ajuda, por exemplo, a economizar concreto.

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