MÁQUINAS: Vendas voltam a cair
- Artigos em destaque na home: Nenhum
O mercado de máquinas agrícolas continua a acusar o golpe da crise econômica. Em fevereiro, seus principais indicadores voltaram a recuar, de acordo com o levantamento apresentado nesta segunda-feira (9/03) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Mesmo as vendas de tratores de rodas, que têm evitado quedas ainda mais pronunciadas do desempenho do setor desde o último trimestre de 2008, também recuaram no mês. Em comparação com fevereiro de 2008, a queda nas vendas de tratores foi de 3,4%, para 2,9 mil unidades.
Incentivos - O segmento de tratores tem o incentivo extra de programas mantidos pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário e dos governos paulista e paranaense, que subsidiam vendas de equipamento de baixa potência. A produção de tratores de rodas recuou 30,4%, para 3,5 mil unidades e as exportações, 32,3%, para 1.070 unidades. "O que se vê é a deterioração das vendas em virtude da restrição de crédito, que ainda não foi resolvida. Isso ocorre mesmo levando-se em conta os dados de tratores de rodas, que têm o impulso dos programas de governo", diz Milton Rego, vice-presidente da Anfavea para a área de máquinas agrícolas.
Comparação - No total, as vendas da indústria no mercado interno caíram 8,4% em comparação com fevereiro de 2008, para 3.638 unidades. Na mesma comparação, exportações e produção caíram 38,8% e 34,9%, para 1.390 e 4.269 unidades, respectivamente. As demissões recentes do setor reduziram o número de empregos em 6,6%, para 15,6 mil postos de trabalho. Particular preocupação é o do segmento de colheitadeiras, que tem seu auge de vendas entre novembro de um ano e o primeiro trimestre do ano seguinte. "A 'safra' de colheitadeiras está acabando e as fábricas ainda estão com estoques elevados", diz Rego.
Insegurança - O dirigente afirma que a restrição de crédito não significa falta de recursos para financiar vendas de máquinas agrícolas, amparadas pelo programa Moderfrota, do BNDES. "Não é problema de funding. O caso é que, depois de 2005, com a série de renegociações das dívidas, os bancos já não se sentem mais seguros para emprestar. As garantias têm ficado abaixo do valor das operações", diz Rego. (Valor Econômico)