MAPA rebate denúncia de desmatameto
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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que a notícia publicada pelo jornal "The New York Times", relatando suposto desmatamento da Amazônia por causa do crescimento do plantio de soja na região, reflete o protecionismo agrícola dos países desenvolvidos, incomodados com a expansão do agronegócio brasileiro. Hoje, o cultivo de soja no Norte do país, onde se situa a floresta amazônica, é de apenas 211,5 mil hectares, o que representa 0,06% da área de 387 milhões de hectares da região. O Mapa reafirma também a permanente preocupação do governo federal em preservar os recursos ambientais da Amazônia como forma de prover uma agricultura auto-sustentável e ecologicamente compatível com a região. Por isso, o Brasil não permitirá que a floresta amazônica seja desmatada indiscriminadamente. Prova dessa política preservacionista é o fato de o país ser um dos signatários do Protocolo de Kyoto - instrumento que estabelece compromissos de preservação do meio ambiente do planeta.
Protecionismo - Ao comentar a notícia publicada pelo diário norte-americano, em sua edição de quarta-feira (17/09), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, alertou: "A gente tem que tomar muito cuidado com essa questão. Depois da frustração da reunião de Cancún (México), em que os países desenvolvidos não conseguiram impor regras que mantivessem o seu protecionismo, podem surgir acusações desse tipo". Esses países subsidiam suas agriculturas e impõem barreiras ao comércio agrícola mundial. Ao contrário do que foi divulgado pelo jornal, a realidade mostra que o crescimento da agricultura brasileira, notadamente com os expressivos ganhos de produtividade, tem ajudado a preservar a Amazônia. Estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comprova que "um aumento significativo da produtividade brasileira desde 1975 permitiu poupar mais de 50 milhões de hectares de cerrado e florestas (área correspondente a duas vezes o estado de São Paulo), que poderiam ter sido desmatados para a abertura de novas áreas de plantio." Além disso, o Brasil ainda dispõe de 90 milhões de hectares agricultáveis inexplorados, que podem ser incorporados à agricultura sem que seja derrubada sequer uma árvore da Amazônia.
Produção que incomoda - Hoje, o Brasil é um dos
maiores produtores de grãos do mundo. A safra 2002/03 está estimada
em 122,4 milhões de toneladas, com uma área plantada de 43,8 milhões
de hectares. Em 1990/91, o país plantou 37,8 milhões de hectares
e colheu 57,9 milhões de toneladas. Ou seja, nesse período a produção
brasileira de grãos aumentou em 114% em volume - 6,4% ao ano - e apenas
15,9% em área - 1,2% ao ano. Por trás desse crescimento estão
os pesados investimentos em tecnologia e pesquisa feitos pelo país, que
resultaram num aumento de 81,1% da produtividade nesses 12 anos. Das 122,4 milhões
de toneladas de grãos da atual safra, 52 milhões de toneladas
são de soja. Do total, o país deve exportar cerca de 27 milhões
de toneladas, com um faturamento de US$ 8 bilhões, ultrapassando pela
primeira vez o seu maior concorrente, os Estados Unidos. A perspectiva é
de que a produção brasileira da oleaginosa continue crescendo
nos próximos anos, tendo em vista o aumento de 84,4% na produtividade
entre 1990/91 e 2002/03. Isso, segundo analistas de mercado, é que vem
preocupando a concorrência.