Londrina: União apresenta laudos do Lanagro
- Artigos em destaque na home: Nenhum
A União apresentou ontem os laudos emitidos pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Belém realizados com material coletado dos animais das quatro fazendas do Paraná - localizadas em Amaporã, Grandes Rios, Loanda e Maringá - que ainda estão interditadas com suspeita de febre aftosa. Os documentos foram juntados à ação judicial movida pelos quatro proprietários e a sua apresentação foi determinada pelo juiz substituto da 3 Vara Federal, Cleber Sanfelici Otero. O prazo para apresentação dos laudos venceu na segunda-feira passada, uma vez que a Advocacia Geral da União (AGU) foi notificada no dia 21. Nesse caso, cabe uma multa de R$ 1 mil, já que o juiz argumenta sobre o direito à informação. A União também não informou à Justiça sobre quando será emitido um laudo conclusivo a respeito da existência da doença no Estado. A determinação estava expressa na liminar concedida pelo juiz e deveria ser apresentada juntamente com os laudos do Lanagro.
Exames - De acordo com os laudos, 35 bovinos de propriedade de Bruno Alexandre Von Der Leyen, de Grandes Rios (110 km ao sul de Apucarana), foram submetidos a exames Elisa. Deste total, dois apresentaram reação. Nesta mesma data, foram realizados três testes Probang nesses animais e o resultado foi negativo. Outros quatro bovinos, de propriedade de Edvard Bonalumi, de Amaporã (43 km a oeste de Paranavaí), foram submetidos ao exame Elisa e somente em um foi feito o Probang. Todos os resultados são negativos. O Lanagro ainda realizou nove exames Elisa em animais de propriedade de Pedro Garcia Pagan, de Loanda (102 km a oeste de Paranavaí) e outros três Probang. Mais uma vez os resultados foram negativos. Todos esses exames citados acima são datados de 22 de outubro. No entanto, no dia 7 de novembro, os exames foram repetidos em nove animais. Foram feitos o Elisa e o Probang. De novo, tudo deu negativo.
Justificativa - A AGU ainda apresentou uma justificativa, assinada pela advogada Claudia Mara Honesko, baseada nas explicações de técnicos do Departamento de Saúde Animal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, afirmando que o material coletado até agora não é suficiente para formalizar qualquer resultado conclusivo e que a aftosa não pode ser descartada no Paraná. No seu documento, ainda é argumentado que há a possibilidade de disseminação do vírus da febre aftosa, uma vez que duas amostras apresentaram reação. Na decisão do dia 18, o juiz federal ainda determinou a notificação do governo estadual. O Estado deve explicar o motivo das barreiras sanitárias terem sido levantadas, se ainda há risco de aftosa. A intimação foi enviada via carta precatória para a Justiça Federal de Curitiba e a Justiça de Londrina ainda não obteve resposta. O Lanagro também foi oficiado, via postal, com aviso de recebimento (AR), para informar o porquê de não se emitir um laudo conclusivo quanto à existência de aftosa, além de ter que prestar outras informações. No entanto, a AR também não voltou à Justiça de Londrina. (Folha de Londrina).