INTERNACIONAL: G-20 vai elogiar política fiscal do Brasil em comunicado oficial
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O comunicado da reunião do G-20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, vai elogiar a situação fiscal do Brasil. O documento, que será divulgado na sexta-feira, ao término da reunião de cúpula em Cannes, reconhecerá que as contas públicas brasileiras estão “fortes”. O mesmo reconhecimento deve ser feito, no comunicado, a poucas nações, entre elas, Austrália e Canadá.
Reconhecimento - “Esse reconhecimento é muito importante porque, desde o início da atual rodada da crise financeira mundial, ficou claro para as principais autoridades brasileiras que a origem da crise é fiscal”, informou ao Valor um integrante do governo. “O fiscal nos diferencia do restante do mundo neste momento.”
Fragilidade fiscal - Desde agosto, quando se acirrou a crise financeira nas economias avançadas, tanto a presidente Dilma Rousseff quanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, responsabilizaram a crise pela fragilidade fiscal das economias europeias e americana e passaram a defender o fortalecimento das contas fiscais brasileiras.
Estímulos fiscais e monetários - Lá fora, as economias deram estímulos fiscais e monetários após a crise de 2008, confiantes de que a recuperação do PIB ajudaria a melhorar a situação das contas públicas num segundo momento. Como a recuperação foi acanhada e, em alguns casos, não veio, o resultado foi a deterioração da situação fiscal. No caso dos Estados Unidos, a dívida pública chegou a 100% do PIB. No Brasil, está abaixo de 37,8% do PIB.
Reforço - Em agosto, um dia antes da reunião do Comitê de Política Monetária do BC (Copom), o governo brasileiro anunciou um reforço de R$ 10 bilhões no superávit primário das contas públicas em 2011. Até setembro, 83% da meta de superávit (de R$ 91 bilhões) já tinha sido cumprida. Além disso, lembrou uma fonte, o governo se comprometeu com a entrega da meta cheia de superávit, sem desconto das despesas com investimento previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2012. “A linha fiscal adotada até agora vai ser mantida”, assegurou a fonte.
Compromisso - O reconhecimento público e internacional do esforço fiscal brasileiro aumenta o compromisso do governo Dilma com a manutenção da política de geração de superávits primários. Na quarta-feira, a agência de classificação de risco Moody’s também elogiou o Brasil. (Valor Econômico)