INSUMOS: Venda de defensivos pode cair até 15%, diz Andef

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O mercado brasileiro de defensivos pode encerrar o ano com queda de até 15% em comparação com o desempenho de 2008, segundo projeção da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef). Em 2008, as vendas do segmento atingiram o montante recorde de US$ 7,125 bilhões, de acordo com levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Defesa Vegetal (Sindag).

Pior - "Nós começamos o ano nos preparando para o pior", disse José Otavio Menten, diretor-executivo da Andef. "E o pior seria uma queda de 10% a 15%". O declínio estará ligado diretamente às restrições de crédito, avalia a entidade. Também pesará para o desempenho do setor a crise pela qual passa o setor sucroalcooleiro, que verá interrompido seu ritmo de aumento de área de plantio. A queda de 10% a 15% é o cenário mais pessimista para a indústria, mas a entidade não fechou questão sobre se a espera "pelo pior", como afirmou o dirigente, será efetivamente o cenário que se desenrolará ao longo do ano.

Sinais positivos - "Ainda não sabemos se a queda será essa. Há alguns sinais positivos. A safrinha de milho tem sido melhor que a que se esperava e a redução na área de plantio de algodão não foi tão grande quanto a prevista", disse Menten. O desempenho nas vendas de defensivos para as lavouras de milho e algodão deve ser o principal responsável pelo declínio projetado para este ano. O peso dos defensivos no custo para o cultivo de milho e algodão é, respectivamente, de 10% e 35%.

Volume - Em volume, o consumo de defensivos cresceu 25% no Brasil em 2008, para 733,9 milhões de toneladas. Os Estados Unidos, que até 2007 lideravam o mercado mundial de agroquímicos, registraram consumo de 646 milhões de toneladas, volume que correspondeu a receita de vendas de US$ 6 bilhões. Embora se espere retração no mercado brasileiro de defensivos, é possível que o país mantenha a dianteira mundial do segmento, alcançada em 2008, avalia Menten. "Por conta da crise econômica, deve ocorrer queda também nos outros países", diz.

Potencial - Se, por um lado, os agricultores brasileiros devem reduzir neste ano suas compras de agroquímicos, o mercado nacional do insumo tem potencial para avanço mais consistente no futuro, segundo avaliação da Andef. O consumo médio de agrotóxicos no Brasil é de US$ 88 por hectare, ou US$ 7,4 por tonelada. Na França, chega a US$ 197 por hectare e US$ 22 por tonelada. No Japão, é ainda mais elevado: US$ 851 por hectare ou US$ 73 por tonelada, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da consultoria Amis Global citados pela Andef. "É claro que são realidades e culturas diferentes, mas os dados mostram que há potencial para crescimento", afirma Menten. (Valor Econômico)

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