INDÚSTRIA: Produção avança em cinco dos 15 locais pesquisados em setembro frente a agosto
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Na passagem de agosto para setembro, a produção industrial brasileira variou 0,1%, com altas em 5 dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. Os maiores avanços foram observados no Pará (16,1%), Rio de Janeiro (3,1%), Ceará (2,2%) e Paraná (1,8%). Por outro lado, São Paulo, maior parque industrial do país, apresentou recuo de 1,1%, enquanto Pernambuco apresentou a maior queda individual, com taxa de -12,8%.
Comparação - Na comparação com setembro de 2022, a indústria mostrou avanço de 0,6% e as taxas positivas foram observadas em dez dos 18 locais pesquisados. O acumulado no ano apresentou variação de -0,2%, resultado negativo acompanhado por oito dos 18 locais. Já o acumulado em 12 meses mostrou variação nula (0,0%), com 8 dos 15 locais investigados registrando taxas positivas. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (08/11) pelo IBGE.
Atualizações - Em abril, foram divulgados pela primeira vez os resultados da PIM Regional após as atualizações na seleção de amostra de empresas, unidades locais e lista de produtos, além da inclusão de três novos locais: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul, totalizando 18 locais. Para os novos locais ainda não há informações do mês frente ao mês anterior.
Comportamento gradual - “Continuamos com a leitura de um comportamento gradual e moderado da indústria, no qual observamos um arrefecimento na produção, ocasionado por fatores como os juros elevados, o que leva ao encarecimento do crédito e diminuição da linha de crédito e diminui as decisões de investimentos por parte dos produtores. Fatores esses que também ocasionam uma cautela na tomada de decisão na parte das famílias, afetando o consumo”, avalia o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
Região - Em termos regionais, a maior alta absoluta e maior influência positiva em setembro veio do estado do Pará, com taxa de 16,1%, tendo o setor extrativo como o principal responsável por esse crescimento.
Setor extrativo - “Vale ressaltar que o parque industrial paraense é mais concentrado no setor extrativo, por isso esse setor tem uma grande importância na indústria local. Com esse resultado, o Pará elimina a perda acumulada nos três meses anteriores. Entre junho e agosto, a perda acumulada havia sido de 14,1%”, destaca Almeida.
Segunda maior alta - A segunda maior alta em termos absolutos e segunda maior influência veio do Rio de Janeiro, apresentando índice de 3,1%, também possuindo o setor extrativo como a principal influência no crescimento. O analista salienta que, no caso do Rio de Janeiro, a indústria extrativista está concentrada basicamente no setor de petróleo e gás natural.
Termos absolutos - O principal resultado negativo em termos absolutos veio do estado de Pernambuco, com taxa de -12,8%. O setor de derivados de petróleo e o de veículos automotores foram os setores que mais influenciaram a queda registrada pela indústria pernambucana.
Quarta taxa negativa - “Vale ressaltar que a taxa de setembro foi a quarta taxa negativa consecutiva, sendo que nesses quatros meses foi acumulada uma perda de 17,5%. A taxa de setembro é a mais intensa negativamente para a indústria pernambucana desde abril de 2020, quando registrou -18,4%. É importante lembrar que em que abril de 2020 foi alcançado o pior patamar da história da indústria nacional, quando tivemos o maior impacto de políticas de isolamento social, no início da pandemia”, pontua o pesquisador.
Maior influência - Já a maior influência negativa no mês veio de São Paulo, maior parque industrial do Brasil e que detém aproximadamente 33% da produção industrial nacional, apresentando índice de -1,1%. As maiores influência na queda da indústria paulista foram os setores de alimentos e de veículos automotores.
Queda de ritmo - “Vale salientar que esse comportamento da indústria paulista representa uma queda de ritmo gradual e conseguimos ver esse comportamento refletido também na indústria nacional. Essa queda de ritmo é possível ser observada quando comparamos com o patamar pré-pandemia. Em setembro, observamos que São Paulo registrou taxa 1,6% abaixo do pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Isso é explicado justamente pelos fatores que citamos anteriormente para a indústria nacional, que acaba acarretando um comportamento mais cauteloso e moderado nas tomadas de decisões por partes dos produtores”, explica Almeida.
Indústria avança em dez dos 18 locais pesquisado na comparação interanual - Na comparação com julho de 2022, o setor industrial mostrou avanço de 0,6% em setembro de 2023, com dez dos 18 locais pesquisados apontando resultados positivos. Vale citar que setembro de 2023 (20 dias) teve 1 dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (21).
Avanços - Nesse mês, Rio Grande do Norte (40,2%), Pará (14,5%) e Espírito Santo (14,2%) assinalaram avanços de dois dígitos e os mais acentuados, impulsionados, principalmente, pelo comportamento positivo observado nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (gasolina automotiva e óleo diesel), no primeiro local; de indústrias extrativas (minérios de ferro em bruto ou beneficiados e minérios de cobre), no segundo; e de indústrias extrativas (minérios de ferro pelotizados ou sinterizados, óleos brutos de petróleo e gás natural), no último.
Estados - Paraná (8,9%), Rio de Janeiro (8,5%), Goiás (6,7%), Mato Grosso (6,0%), São Paulo (1,1%) e Santa Catarina (0,9%) também apontaram avanços mais intensos que a média nacional (0,6%), enquanto Minas Gerais (0,6%) completou o conjunto de locais com crescimento na produção no índice mensal de setembro de 2023.
Recuos - Por outro lado, Ceará (-11,9%), Região Nordeste (-9,4%) e Bahia (-9,0%) assinalaram os recuos mais intensos nesse mês. Rio Grande do Sul (-6,0%), Maranhão (-5,4%), Pernambuco (-4,6%), Amazonas (-1,9%) e Mato Grosso do Sul (-0,3%) mostraram os demais resultados negativos nesse mês.
Mais sobre a pesquisa - A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativas e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 17 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 0,5% no total do valor da transformação industrial nacional, e para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.
Consulta - Os resultados da pesquisa também podem ser consultados no Sidra, o banco de dados do IBGE. A próxima divulgação da PIM Regional, referente ao mês de outubro, está prevista para 8 de dezembro. (Agência IBGE de Notícias)
FOTO: Agência Vale