Importações crescem com queda do dólar
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Mesmo com queda no total das exportações neste mês, a balança comercial brasileira já acumula, neste ano, saldo positivo de US$ 29,559 bilhões, valor 36% maior do que o registrado em igual período de 2003. Nas primeiras três semanas deste mês, o superávit está em US$ 1,438 bilhão. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a média exportada por dia útil ficou em US$ 420 milhões, com queda de 5% em relação à média registrada em outubro. Já as importações continuam crescendo. Entre outubro e novembro, a média por dia útil cresceu 6,1%.
Comparação - Quando se compara o desempenho das exportações com os números alcançados em 2003, porém, o resultado ainda é favorável. A média diária das vendas ao exterior teve expansão de 40,5%. Já a média das importações cresceu 45,2% no mesmo período. O aumento das importações reflete, em parte, a retomada do crescimento da economia neste ano. Em 2003, o PIB (Produto Interno Bruto, total de riquezas produzidas pelo país) encolheu 0,2%, enquanto neste ano espera-se expansão de pelo menos 4%.
Menos competitivos - Já as exportações podem, em algum momento, ser afetadas pela valorização do real ocorrida nos últimos meses. O recuo na cotação do dólar faz com que os produtos brasileiros fiquem menos competitivos no exterior. Ainda assim, o governo se mostra otimista com o desempenho do comércio exterior brasileiro. De acordo com projeção feita pelo Ministério do Desenvolvimento, as exportações devem ultrapassar US$ 90 bilhões neste ano -até agora, estão em US$ 84,853 bilhões.
Preocupação
- Na avaliação de José Augusto de Castro, vice-presidente
da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), a valorização
do real deve afetar as exportações somente no próximo ano.
Isso porque as vendas já foram fechadas para 2004. Se o dólar
se mantiver nesse patamar, afirma, o efeito em 2005 será principalmente
sobre as pequenas e médias empresas. "As grandes possuem um custo
de produção menor, por isso podem absorver o efeito do câmbio",
diz. (Folha de S. Paulo)