IBGE revela crescimento do desperdício na agricultura

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Estudo inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre perdas agrícolas, revela que o país perdeu impressionantes 81,5 milhões de toneladas de grãos de arroz, feijão, milho, soja e trigo nas fases de pré e pós-colheita das safras agrícolas entre 1996 a 2003. Deste total, 28 milhões de toneladas foram desperdiçados na pré-colheita, ou 5% do potencial de produção, enquanto 53,3 milhões de toneladas foram perdidas na pós-colheita, 8,7% da produção total dos cinco grãos no intervalo.Para Júlio Perruso, gerente de análise e planejamento da coordenação de agropecuário do IBGE, essas perdas, principalmente no pós-colheita, são semelhantes às de outros países da América Latina, já que decorrem de problemas de logística de transporte e capacidade de armazenagem, comuns na região. De acordo com Perruso, também é um nível similar ao da China, país igualmente com grande território e logística precária. Em relação aos países desenvolvidos, porém, o técnico avalia que as perdas brasileiras são imensas. Ele observa que 67% das cargas brasileiras são transportadas por rodovias, o modal menos vantajoso para longas distâncias.

Armazenagem - No tocante à armazenagem, a Pesquisa de Estoques feita pelo IBGE levantou uma capacidade efetiva de silos no país de 72,04 milhões de toneladas, ante as 94,08 milhões de toneladas de capacidade estática apuradas pela Conab. Em 1997, as perdas nos cultivos dos cinco grãos estudados somaram 6,6 milhões de toneladas. Em 2003, foram 9,3 milhões. Ou seja, o desperdício cresceu 41% em sete anos, corroborando o prognóstico pessimista do gerente do IBGE. A pesquisa mediu, ainda, a disponibilidade interna dos cinco grãos e a disponibilidade interna per capita (quilos/ano) de arroz, feijão e trigo para consumo no país, tanto humano quanto animal.A disponibilidade per capita de farinha de trigo, de 38,08 quilos em 2003, foi considerada elevada pelo IBGE, confirmando o gosto do brasileiro por pão e massas. (Valor Econômico)

Conteúdos Relacionados