GRANDES REDES DECEPCIONAM CPI DOS ALIMENTOS

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A audiência da CPI dos Alimentos realizada na manhâ desta terça-feira, na Assembléia Legislativa, foi marcada pelo protesto de dezenas de produtores de hortigranjeiros, que distribuíram aos motoristas que passaram em frente à entrada da Assembléia Legislativa, sacolas com alface e um folheto explicando aos consumidores. Frases como "Produtores explorados e consumidores enganados pelo Mercadorama, Big e Real (Grupo Sonae)"; "Grandes redes de supermercados humilham e sufocam agricultores"; "Queremos apoio dos deputados para defesa da agricultura paranaense" e "Big e Extra, basta de extorsão!" foram fixadas nas grades de proteção do Palácio e Assembléia Legislativa. A razão do protesto foi o depoimento, à CPI, dos representantes das grandes redes de supermercado que atuam em Curitiba e que, segundo denúncia dos representantes dos produtoes, vem adotando a práticas consideradas desleais contra os produtores, através do oligopsônio.

"Taxas e pedágios" confirmados - A comissão, presidida pelo deputado Orlando Pessuti, ouviu os representantes das redes Wall Mart, Sonae e Carrefour. Os depoimentos de todos foram considerados insatisfatórios pelo relator, deputado Cesar Silvestri, pois muitas informações não eram de conhecimento de alguns depoimentos, sob a alegação de que as compras são centralizadas em São Paulo. Diante das respostas incompletas e insatisfatórias, Pessuti exclareceu que a comissão solicitará, oficialmente, às empresas, o complemento de informações. Os três depoentes confirmaram, no entanto, que é comum a prática de cobrança, sob diferentes formas, de taxas dos fornecedores de supermercados para venderem seus produtos. Essas taxas têm diferentes percentuais e denominações. Há taxas de fidelidade, de reforma, de aniversário, de inauguração, "rapel", de crescimento e de reposição. As taxas variam de 1% a 6%, dependendo da rede de supermercado, dos fornecedores e das negociações.

CPI dos Supermercados e Comissão Permanente - Uma comissão composta pelos representantes da Federação Paranaense das Associações de Produtores (Fepar), da Ocepar, Faep, Sindicarne, Sindileite, Aprotiba e Apasema foi recebida em audiência pelo presidente da Assembléia Legilsativa, deputado Hermas Brandão, a quem foi solicitado a continuidade dos trabalhos da CPI dos Supermercados, cujos trabalhos estão paralizados "por razões e motivos por todos desconhecidos", segundo afirma o documento. "Como se sabe, desta CPI participaram como depoentes diversas pessoas, desde produtores, industriais, comerciantes de vários setores, os próprios supermercados, envolvendo diretamente essa Casa de Leis na busca de soluções e procedimentos investigatórios que pudessem explicar o comportamento comercial arbitrário praticado pelas grandes redes contra os seus fornecedores", afirma o documento. A comissão também pediu ao deputado Orlando Pessuti que a CPI dos alimentos seja transformada em "Comissão Permanente de Acompanhamento da Política Comercial e de Abastecimento", com funcionamento junto ao Bloco Parlamentar Agropecuário da Assembléia Legislativa. A mesma reivindicação foi apresentada ao presidente da CPI dos Alimentos, deputado Orlando Pessuti.

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