GOVERNO QUER ZERAR TARIFA DE IMPORTAÇÃO DO TRIGO

O governo pode zerar a Tarifa Externa Comum (TEC) sobre o trigo, que é de 11,5%. O motivo é a preocupação com os altos preços do produto importado da Argentina, que subiram 65%, de US$ 114 para US$ 188 a tonelada. Levando em conta a escalada do dólar no Brasil, os custos dos moinhos se elevaram em quase 90%. A revisão da TEC já foi analisada pelo Grupo Executivo de Comércio Exterior (Gecex), e obteve aprovação do Ministério da Fazenda. Os Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores, porém, são contrários à medida. A Ocepar já se manifestou contrária a essa medida, pelo menos no atual momento de início da colheita da safra brasileira, porque isso irá reduzir o preço a ser pago aos produtores. Além do que, explicou Nelson Costa, gerente da área técnica da Ocepar, também houve um comprometimento dos componentes da cadeia produtiva do trigo em estimular o plantio. Portanto, continua Nelson, seria injusto aos produtores que plantaram, seguindo essa orientação, terem agora um preço menor por conta dessa medida.

Serra sugere tarifa zero na entressafra - O candidato a presidente da República José Serra, em entrevista ao programa Bom Dia Brasil, da Rede Globo, na manhã desta quarta-feira, defendeu o fim das alíquotas privilegiadas para o trigo argentino porque, após desvalorizar sua moeda, o país vizinho sobretaxou o produto para manter o mesmo preço de venda de antes da desvalorização, o que fere o livre mercado. Por isso, Serra acha que, durante o período de entressafra no Brasil, deve-se zerar a alíquota de importação de todos os países, não apenas da Argentina, como se faz hoje. Tal ação serviria também para baixar o preço do pão.