GOVERNO JÁ ADMITE FICAR DE FORA DA ALCA

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Sérgio Amaral, admitiu pela primeira vez que a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) poderá ser constituída sem o Brasil. O ministro condicionou a inclusão do país no bloco regional ao fim das restrições à entrada de produtos brasileiros no mercado norte-americano. "Nós precisamos nos preparar também para a hipótese de não haver essas negociações da Alca". Porque, a julgar pelas últimas medidas dos Estados Unidos, como o TPA - Trade Promotion Authority", o aço e o "farm bill", talvez os Estados Unidos tenham mais dificuldades do que nós para colocar as verdadeiras questões sobre a mesa.E se não forem postas, não há razão para que nós concluamos esse acordo", afirmou o ministro. Previstas para 2005, as negociações para a constituição da Alca têm por objetivo criar uma área pan-americana de livre comércio. Elas esbarram, no entanto, em recentes medidas protecionistas do governo e do Congresso americanos.

Farm Bill - Como se não bastassem as restrições às importações de siderúrgicos impostas em março pelo governo Bush, na quarta-feira o Senado americano aprovou a "farm bill", uma nova lei que ampliou os subsídios para os produtores agrícolas dos Estados Unidos. Amaral participou ontem, no Rio, do encerramento do 14º Fórum Nacional promovido pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso. Na ocasião, o ministro anunciou que, para compensar o impasse com relação à Alca, o governo brasileiro vai acelerar as negociações bilaterais com o México e os países do Pacto Andino, área de livre comércio que reúne Bolívia, Peru, Colômbia e Equador. Com a aproximação dos vizinhos, o governo brasileiro espera formalizar acordos semelhantes ao fechado em abril com o Chile, que permitiu a entrada de produtos daquele país no mercado brasileiro com tarifas mais baixas do que as permitidas para outros parceiros comerciais.

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