Governo e setor privado avaliam ordenamento da oferta de carne suína
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Representantes de entidades dos produtores e das indústrias de suínos se reuniram na quarta-feira (18/02), em Brasília, para discutir um plano de gestão da cadeia produtiva do setor. O encontro foi promovido pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues. O objetivo é criar mecanismos para ordenar a oferta e a demanda nos mercados internos e externo diante de um excedente estimado em 100 mil toneladas, criado com a redução das exportações para a Rússia, em razão do sistema de cotas de importação adotado pelo país.
Equilíbrio - "O governo quer desenhar com a área privada uma proposta que busque o equilíbrio da cadeia produtiva", explicou Rodrigues. Isso porque, assinalou, não há possibilidade de que a Rússia reveja, no curto prazo, as cotas de importação de carne suína brasileira. "Embora tenhamos retomado as negociações com os russos sobre o sistema de cotas, creio que só deverá ocorrer alguma alteração em 2005. Temos, portanto, um problema conjuntural que precisa ser equacionado." A saída, sugeriu, é o enxugamento da oferta no mercado para evitar pressões baixistas sobre o preço do produto.
Medidas - Depois de quase quatro horas de debate, os representantes dos produtores e da indústria apresentaram ao ministro um conjunto de medidas para ordenador a oferta brasileira de suínos. Eles propõem reduzir entre 0,5% e 1% o plantel de matrizes nos alojamentos, diminuir em quatro quilos por cabeça o peso médio de abate, abater leitões de 24 quilos, realizar uma campanha de marketing da carne suína e articular com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) ações para promover a venda do produto no mercado interno.
Oferta - Além disso, o setor também pediu que o governo adote medidas complementares para contribuir com o equilíbrio da oferta. Os representantes dos produtores e dos frigoríficos querem incluir a carne suína na política de preços mínimos, o que permitiria ao governo comprar 30 mil toneladas do produto; criar uma linha de crédito com juros de 8,75% ao ano para estocagem do produto pela indústria; e aumentar o consumo do produto nas instituições públicas (programas de merenda escolas e refeições nas Forças Armadas e no sistema prisional). No documento encaminhado ao ministro ao final da reunião, os produtores e industriais também pediram que o governo intensifique os esforços para aumentar as exportações de suínos e que assegure recursos financeiros, materiais e humanos para os programas de defesa sanitária animal.
Ações
- De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria
Produtores e Exportadores de Carne Suína (Abipecs). Pedro Bohrer, o setor
privado vai fiscalizar, por intermédio das entidades de produtores e
frigoríficos, a execução das medidas que dependerem apenas
de suas ações para buscar o equilíbrio do mercado. "Precisamos
reduzir o suprimento brasileiro dos suínos de 2,6 milhões de toneladas
alcançadas ano passado para 2,56 milhões de toneladas em 2004",
acrescentou o presidente da Associação Brasileira dos Criadores
de Suínos (ABCS), José Adão Braun.