Governo ajuda cooperativas de crédito
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O governo prepara novas medidas para estimular as cooperativas de crédito. As propostas serão entregues até dezembro ao Conselho Monetário Nacional (CMN) por um grupo de trabalho, segundo Gilson Bittencourt, assessor especial do Ministério da Fazenda. Entre as modificações está a classificação de cooperativas por tipo e número de associados (hoje as regras são iguais para todo mundo). A permissão para serem formadas cooperativas de livre adesão em cidades com mais de 750 mil habitantes também são consideradas. "Melhorar o acesso ao crédito é um dos maiores desafios da economia brasileira", disse Bittencourt. "Há ainda muito que podemos fazer em relação às cooperativas." As cooperativas reúnem pessoas com um mesmo elo (profissional, sindical, proximidade de domicílio etc.) que investem uma quantia em dinheiro, uma espécie de taxa de adesão, e adquirem cotas de uma empresa comum. Nesse modelo de associação, o total dos recursos angariado vai para financiamentos aos próprios cotistas - geralmente sob taxas menores do que as praticadas pelo mercado.
Bancos - O governo está ciente de que, contrariados com a perda de clientes, mesmo marginal, os bancos não deverão gostar do projeto. Mas a equipe que cuida das alterações na legislação também sabe quais armas poderá usar para impedir que o lobby das grandes instituições financeiras atrapalhe a popularização das cooperativas. "Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal atuarão fortemente em favor do programa. Aí não tem jeito, porque os outros serão pegos pelas pernas", afirmou à Folha o assessor especial da Presidência da República, José Graziano."Em suma, se tudo der certo, as modificações (nas regras do mercado de crédito) serão as seguintes: onde está escrito "as cooperativas não podem" vamos tirar a palavra "não" ". Bittencourt e Graziano estão trabalhando em conjunto com expoentes técnicos do governo no tema cooperativas: o diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, e o secretário nacional de Economia Solidária, Paul Singer. Participa ainda do grupo Carlos Alberto dos Santos, gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Pequenos - "A idéia, com as alterações, é beneficiar pequenos e médios produtores, especialmente os do Norte e do Nordeste", explicou Darcy. "O cooperativismo já tem condições de alçar vôo no Brasil." De acordo com Gilson Bittencourt, passa de 9 milhões o número de empréstimos realizados por meio de cooperativas no país. Em valores isso significa R$ 2,5 bilhões. No país, segundo Graziano, existem cerca de 1.500 cooperativas de crédito. (Folha de São Paulo)
Sebrae - O presidente do Sebrae acredita que o Fórum de Sistema de Garantias de Crédito, que aconteceu no ultimo dia 1º, no Hotel Renaissance, em São Paulo, lançou a pedra fundamental da discussão sobre como implementar no Brasil um sistema de garantia de crédito que facilite o acesso ao crédito aos pequenos negócios. Segundo ele, muitas coisas já foram feitas neste governo. "Nós tivemos uma normatização das cooperativas de crédito, a construção de um programa de microcrédito, uma política que permite que nossos empresários tenham acesso ao crédito consignado, o que é muito importante para que a economia dos pequenos negócios se fortaleça, mas nós precisamos registrar que ainda é muito difícil o acesso ao crédito pelos pequenos negócios". Por isso, segundo Okamotto, o Sebrae está empenhado em particularmente em dois pontos: melhorar o Sistema de Garantias, para que as empresas possam tomar crédito, e continuar insistindo para que se tenha cada vez mais informações sobre os pequenos negócios, com cadastro positivo e outras políticas públicas que possam facilitar as informações sobre os negócios. "Estamos trabalhando fortemente no apoio aos Arranjos Produtivos, às Cadeias Produtivas, e queremos criar no Brasil um Sistema de Informação sobre os Pequenos Negócios, que possibilite a todos aqueles que desejam informação sobre negócios conseguirem no Sebrae".