GOIÁS: Jornalistas debatem comunicação especializada para o agronegócio

Jornalistas de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal se reuniram na tarde desta quinta-feira (11/08) para discutir o papel dos profissionais de Comunicação Social na difusão das informações do agronegócio para o produtor rural. A atividade faz parte da programação paralela da Bienal dos Negócios da Agricultura do Brasil Central, evento realizado no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia.

 

Mercado profissional - Convidado para ministrar palestra aos jornalistas, o engenheiro agrônomo Fernando Muraro, analista de mercado da AgRural Commodities Agrícolas, disse aos profissionais que o agronegócio é um setor em constante expansão, inclusive para a atuação dos comunicadores. "O setor agrícola é cheio de meandros e, para uma cobertura jornalística qualificada, é necessário que o profissional de comunicação se especialize nos temas do agronegócio. O mercado existe e está carente desse tipo de jornalismo", defendeu.

 

Experiência do Paraná - O jornalista Samuel Zanello Milléo Filho, fundador da Associação de Jornalistas do Agronegócio do Paraná (AJAP) e coordenador de comunicação do Sistema Ocepar, participou do painel "A Integração dos Profissionais de Jornalismo e Comunicadores que atuam no Agronegócio: a experiência dos jornalistas do Estado do Paraná". Ele informou que a AJAP tem promovido seminários e dias de campo para debater o setor agrícola e auxiliar na formação dos jornalistas interessados em cobrir o agronegócio. Milléo sugeriu que os jornalistas presentes estudem a possibilidade de criar uma associação que reúna profissionais do meio nos quatro estados (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal) e surja assim a Associação dos Jornalistas de Agronegócio do Brasil Central. “Precisamos primeiro fortalecer a atuação nos estados e quem sabe regionalmente para depois darmos um passo maior de criarmos nossa entidade nacional”, destacou.

 

Preparo - “Cada vez mais o mercado exige profissionais preparados e não é diferente no jornalismo, especialmente aqueles que desejam atuar no campo da agricultura. O agronegócio é um dos setores mais importantes da economia brasileira, responsável nos últimos 16 anos por um superávit de 482 bilhões de dólares. Detém 37% dos empregos no País e 25% do PIB brasileiro, que em 2010 foi de 3,67 trilhões de reais.”, lembrou Milléo. Na sua apresentação ele destacou que no Paraná muitos jornalistas hoje atuam no setor, na sua grade maioria nas assessorias de imprensa de sindicatos e cooperativas, setor este, muito forte no estado.

 

Código Florestal – Outro tema muito debatido no encontro foi o Código Florestal. Todos os participantes receberam um exemplar do encarte especial da revista Paraná Cooperativo, editado pela assessoria de imprensa do Sistema Ocepar sobre as principais propostas do setor cooperativista para o novo Código Florestal que após ter sido aprovado na Câmara Federal, tramita no Senado. “Os jornalistas que atuam no meio tem a responsabilidade de informar à opinião pública sobre as reais consequências que ameaçam a produção de alimentos no Brasil, caso o Código seja aprovado na forma atual. Muitos produtores do Paraná, onde cerca de 80% deles possuem apenas até 50 hectares, podem ter que deixar de atuar no meio e engrossar os bolsões das grandes cidades caso não sejam acatadas as sugestões apresentadas pela Ocepar aos senadores”, lembrou Milléo. As cooperativas do Paraná estão fazendo sua parte, editaram a publicação e produziram um vídeo/documentário com a posição do setor e que foram entregues a todos os senadores e lideranças políticas. "Cada entidade organizada do setor produtivo precisa se mobilizar e também fazer sua parte", frisou.

 

Mediação - O painel foi mediado pela jornalista Guida Gorga, da Embrapa, e teve participação dos jornalistas Janine Gonzalez de Paula e Carlos Montandon representando, respectivamente, os sindicatos dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso. O presidente do Sindicato dos Jornalistas do Estado de Goiás, Cláudio Curado, também participou das atividades direcionadas aos jornalistas.

 

Relevante - O evento foi muito bem recebido pela estudante Paula Nogueira, do 8º período de Jornalismo da UFG. "Foi relevante mostrar o agronegócio como setor de atuação para os jornalistas, principalmente os do Centro-Oeste. Essas oportunidades não são faladas na faculdade nem abordadas na grade acadêmica", disse. O Brasil Central, formado pelos Estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, é responsável por 35% da produção agropecuária do País e 18% das exportações nacionais. A estudante disse que irá sugerir à coordenação do Curso de Comunicação da UFG que durante a Semana Acadêmica convite o assessor de imprensa do Sistema Ocepar e diretor da AJAP para falar sobre a atuação do profissional de jornalismo também no agronegócio. (Com informações da Assessoria de Imprensa Faeg)

{gallery}noticias/2011/Agosto/12/201181215750/{/gallery}